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Entre 5% e 8% da população mundial apresenta TDAH

Transtorno é caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade / Foto: FreePik.com

Conforme dados da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), o número de casos de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) varia entre 5% e 8% a nível mundial. Estima-se que 70% das crianças com o transtorno possuem outra comorbidade e pelo menos 10% apresentam três ou mais comorbidades. De acordo com o Ministério da Saúde, o TDHA é caracterizado por três principais sintomas: desatenção, hiperatividade e impulsividade.

A neurologista da Unimed BH, Rosamaria Peixoto Guimarães, esclarece que o TDHA é um distúrbio do neurodesenvolvimento. “Normalmente, está presente desde o nascimento ou se desenvolve logo após. E as crianças que apresentam esse transtorno têm alguns sinais e sintomas que são comuns e que caracterizam a doença”.

Ela afirma que não existe um público que seja mais propenso a ter TDAH. “Exceto, é lógico, aqueles que são filhos de uma pessoa que já foi previamente diagnosticada. O diagnóstico é muito mais comumente feito na infância, após os 4 anos de idade, mais invariavelmente antes dos 12. Os sintomas interferem significativamente no desempenho acadêmico e no relacionamento social delas”. “Existem três formas de TDHA. O desatento, que é a criança que tem puramente um transtorno de atenção; a hiperativa, que são aqueles jovens hiperativos e impulsivos; e têm a forma mista que combina essas duas, tendo como principal sintoma a manutenção da concentração prolongada. Esses pacientes possuem uma dificuldade muito grande de concluir tarefas”, pontua a especialista.

Rosamaria explica que o tratamento é baseado nos psicoestimulantes, que ajudam a melhorar principalmente a atenção. “Algumas pessoas vão precisar usar medicamento por um tempo muito prolongado, outras aprendem a lidar com a doença e desenvolvem artifícios para contornar o déficit de atenção, tanto no trabalho quanto na escola”.

Segundo o Ministério da Saúde, não existem exames para a identificação de transtornos mentais. O diagnóstico para TDAH é realizado de modo clínico, podendo contar com o suporte de escalas e testes específicos. Os responsáveis devem observar os sinais de alerta e procurar ajuda profissional quando se tornam recorrentes e/ou trazem algum prejuízo nas atividades diárias.

Impactos na vida

A psicóloga e terapeuta cognitivo comportamental, Juliana Pereira, destaca que o TDHA pode ter vários impactos negativos na vida do paciente. “Alguns dos malefícios que esse distúrbio pode trazer incluem dificuldades na escola, o que pode levar a notas baixas e frustração acadêmica; impulsividade e desatenção que gera problemas na formação e na manutenção de amizades, bem como o desenvolvimento de habilidades sociais; baixa autoestima devido às adversidades enfrentadas nas atividades diárias e nas interações sociais; além de dificuldades no ambiente de trabalho, incluindo falta de organização, não consegue cumprir prazos, distração frequente e impulsividade”.

Juliana acrescenta também problemas de saúde mental como a depressão. “Os pacientes podem desenvolver o transtorno de ansiedade, de humor, opositor desafiador, de sono, de linguagem, de personalidade, bem como fazer o uso de substâncias como álcool e drogas”.

A psicóloga ressalta que lidar com pessoas que têm TDAH pode ser desafiador. “Mas com compreensão, paciência e apoio adequado, é possível estabelecer relações positivas e ajudar a pessoa a enfrentar os problemas associados à doença”.

“Vale procurar saber mais sobre o transtorno, ser mais empático e compreensivo, manter uma comunicação aberta e honesta com o paciente, estabelecer rotinas e estruturas, fornecer instruções claras, estimular a autonomia, ajudar na busca do tratamento, promover hábitos mais saudáveis, dentre outros”, finaliza.