O Parque Ecológico do Brejinho, localizado no bairro São Francisco, na região da Pampulha, ganhará novas espécies de árvores neste mês. No total, serão plantadas mais 60 mudas, todas oriundas do Jardim Botânico, em uma ação que resulta da parceria da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) e o Colégio Santa Marcelina. Os plantios começaram a ser realizados no dia 7, e continuarão nos dias 14 e 16 de novembro por alunos da escola com o apoio de técnicos da FPMZB, lotados no Jardim Botânico, na Gerência de Educação Ambiental e na gerência do Parque.
A parceria teve início no primeiro semestre deste ano, contemplando 120 alunos do 9º ano (faixa etária de 13 e 14 anos) da escola. Na primeira etapa, os estudantes realizaram visitas guiadas ao setor de produção de mudas do Jardim Botânico e aprenderam sobre questões importantes para o sucesso de um plantio, como o preparo da terra e o processo de cultivo das mudas. Além disso, conheceram as estufas de germinação, os viveiros de mudas, o processo de compostagem e o minhocário. Na segunda etapa, os técnicos da Fundação Zoobotânica de BH foram até o colégio e promoveram uma palestra que destacou a importância das áreas verdes para acidade, além de apresentar os métodos, as etapas e os insumos necessários para os plantios de mudas.
A escolha do Parque foi feita de acordo com as necessidades da área verde. No dia 18 de outubro, a equipe da FPMZB esteve no local para uma vistoria técnica a fim de identificar quais espécies serão as mais adequadas para alcance dos objetivos: criar áreas sombreadas nas áreas de uso público, como parquinho e aparelhos de ginástica; evitar a erosão do solo, especialmente próximo à área da bacia de contenção de águas de chuva; servir de abrigo e alimento para a fauna; ajudar a preservar a nascente, melhorando a permeabilidade do solo. Dentre as espécies que serão plantadas estão quaresmeira-roxa, ingá, ipê-branco, ipê-caraíba, pitanga e ipê-roxo de bola.
O parque, localizado na região da Pampulha, possui uma área de 57 mil metros quadrados (equivalente a cinco campos de futebol) e abriga uma das nascentes que compõem o córrego São Francisco. No local, há também uma bacia de detenção de águas de chuva, equipamento que minimiza a ocorrência de alagamentos e enchentes durante o período chuvoso.
A aposentada Rosana Januário, moradora da rua onde o parque fica localizado, diz que o local era uma área antes degradada e que era alvo do descarte irregular de lixo. “Foi necessária muita mobilização para que se tornasse, enfim, um parque municipal. E hoje conta com muitas estruturas, como pista para caminhada, ciclovia, equipamentos de ginástica, passarela e atende a essa antiga demanda da comunidade por um espaço de lazer e prática de esportes, que pudesse servir de travessia e integração para os moradores daqui”.
Para a urbanista e também moradora do São Francisco, Michele Silveira, o parque é uma área de grande importância ecológica para a capital. “Situado em uma área de recarga hídrica muito importante, o local abriga uma das nascentes do Córrego São Francisco e, ainda, uma bacia de detenção de águas de chuva, equipamento que minimiza a ocorrência de alagamentos e enchentes durante o período chuvoso. A gente não existe sem biodiversidade, estamos falando de uma área de mais de 50 mil metros quadrados. Toda essa superfície vai absorver a água para evitar inundação”.