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Apae Juiz de Fora passa por dificuldades financeiras

 

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Juiz de Fora, que presta auxílio e atendimento à pessoa com deficiência intelectual e múltipla, tem passado por uma grave crise financeira. Há pouco mais de um mês, devido a um bloqueio judicial de verbas solicitado pelo Sindicato dos Trabalhadores (Senalba-MG), os 36 funcionários da instituição entraram em greve, o que resultou na paralisação total dos serviços. A medida impediu que os colaboradores recebessem em janeiro os salários de dezembro, 13º e férias. De acordo com a interventora da Apae, Cleusa do Santos Borges, o valor da dívida da associação ultrapassa os R$ 456 mil.

A greve durou pouco mais de uma semana. As atividades na escola e os serviços oferecidos ao público externo como fisioterapia, terapia ocupacional, hidroterapia, fonoaudiologia e psicologia, já estão normalizadas, mas ainda é preciso encontrar maneiras para solucionar os problemas financeiros. “A prioridade é pagar salários e benefícios atrasados dos trabalhadores. Conseguimos um empréstimo com o Estado de R$ 50 mil para o pagamento de fevereiro”, afirma Borges.

A Apae se mantém com recursos mensais de contratos e convênios. Conforme o secretário de Governo, José Sóter de Figueirôa Neto, a Prefeitura de Juiz de Fora repassa R$ 49 mil à associação. Desse montante, R$ 22 mil vem do Governo Federal por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, a instituição atende 441 pessoas, sendo 157 usuários na assistência social, 213 na saúde e 71 na educação. “Nós precisamos de muita ajuda nesse momento. Começamos uma campanha para pedir apoio financeiro de apoiadores e empresários da cidade”, diz a interventora da Apae.

Repasse de R$ 150 mil
Um pedido de parceria com a Apae foi encaminhado ao Governo do Estado pelo deputado estadual Isauro Calais (PMDB). No dia 22 de março, a Secretaria de Estado de Saúde publicou a resolução 5657/2017, autorizando repasse de R$ 150 mil para ajudar a sanar a dívida da Apae. Calais salienta que a verba é uma das estratégias para resolver a crise financeira da associação. “A interrupção das atividades da Apae gera um prejuízo social ao município, uma vez que centenas de famílias ficam desassistidas. Não podemos permitir que esse serviço tão importante deixe de funcionar em nossa cidade”. O deputado acredita que o dinheiro seja creditado no Fundo Municipal de Saúde até o dia 15 de abril.

No dia 28 de março, uma audiência pública na Câmara Municipal proposta pela vereadora Sheila Oliveira (PTC), discutiu a situação da Apae Juiz de Fora. No encontro, a parlamentar reforçou o compromisso dos representantes do poder público em encontrar alternativas para que a associação continue funcionando na cidade. “Quero ter a consciência tranquila de que estamos fazendo o que podemos para ajudar essa instituição”. Três audiências já foram realizadas para tratar desse assunto. A próxima está marcada para o dia 4 de abril.