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País registrou mais de 80 mil vítimas de golpes financeiros pela internet

Foto: Freepik.com

 

Um levantamento realizado por AllowMe, iCarros Itaú, OLX, Unico, Who e Zoop, revelou que de janeiro a setembro deste ano, mais de 80 mil pessoas foram vítimas de golpes financeiros pela internet no Brasil, causando a elas, um prejuízo de R$ 500 milhões. Ainda segundo a pesquisa, o país está atrás apenas do México no número de vítimas no mundo. Para detalhar quais são os principais golpes e como se proteger deles, o Edição do Brasil conversou com o advogado Phelipe Cardoso.

 

Quais são os tipos de golpes mais comuns?

Podemos citar o falso empréstimo, investimento via Pix, falso leilão e as fraudes bancárias propriamente ditas, onde o estelionatário, a partir de engenharia social e outros mecanismos, visa extrair o dinheiro das vítimas para contas de laranjas. Há ainda os golpes sentimentais, quando o criminoso se passa por alguém nas redes sociais, para ludibriar a pessoa e conseguir uma vantagem indevida. Por último, o golpe da falsa tarefa, que consiste em receber mensagem de uma suposta empresa para ganhar de R$ 50 a R$ 5 mil por dia, apenas comprando e avaliando produtos.

Quais são os desafios para encontrar os autores desses crimes?

A principal dificuldade é desvendar quem está por trás disso. O estelionatário nunca deixa o nome dele à vista. Quando a vítima faz um Pix para alguém, provavelmente é o nome de um laranja ou até mesmo, de pessoas que tiveram o nome utilizado indevidamente. A polícia faz um trabalho bem feito e sempre tem quadrilhas desmanchadas, mas surgem muitas outras. Existe uma grande estrutura, com pessoas contratadas para ligar e conversar via WhatsApp durante todo o dia.

Existem sinais de alerta de um site fraudulento?

Os fraudadores utilizam o nome de grandes lojas do mercado de forma indevida e criam uma página na internet muito parecida com a original. Eles usam mecanismos para impulsionar esse site para quando a vítima buscar sobre a loja na web, aparecer até mesmo antes do verdadeiro. A pessoa, acreditando na veracidade do conteúdo, faz a compra e acaba caindo no golpe. O consumidor precisa conferir várias vezes se o site em que ele está visitando é o correto.

Como proteger as informações financeiras dos golpistas?

É colocar senhas mais longas e habilitar a liberação a partir da biometria ou reconhecimento facial. Nunca passe informações bancárias para ninguém. Muitas vezes, as pessoas recebem ligações ou mensagens, dizendo que foram vítimas de uma fraude. A informação pede que a vítima clique em algum link ou ligue para o telefone indicado. Do outro lado estão pessoas prontas para pegar aqueles dados.

O que fazer para não ser vítima de um golpe?

O ponto principal é a atenção. No caso dos golpes sentimentais, de repente, alguém que nunca conversou quer ter um relacionamento com você. Fique em alerta para mensagens de compras aprovadas em lojas que você não fez. Desconfie de propostas muito vantajosas, investimentos com taxas abaixo da realidade do mercado e empréstimos sem consulta.

Como combater esse tipo de crime?

À medida que o Judiciário passe a responsabilizar, em casos específicos, as instituições financeiras, cabe a elas alertar e criar mecanismos de contenção de fraudes, como garantir mais rigor na abertura de contas, especialmente bancos digitais. Já os usuários do serviço precisam conhecer os principais golpes e saber como se proteger para não se tornar uma vítima.