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Mais de 15% dos consumidores de BH conseguiram quitar as dívidas

Foto: Divulgação

O número de consumidores que legalizaram seus débitos em atraso na capital mineira cresceu em 15,84%, conforme o levantamento feito pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). O índice diz respeito à variação mensal, que contempla o mês de julho deste ano em comparação ao mês anterior.

De acordo com o estudo, em relação ao pagamento de contas em atraso por faixa etária, o grupo populacional entre 30 e 64 anos se destaca, já que representa a maioria em atuação no mercado de trabalho. Na análise por gênero, tanto homens quanto mulheres apresentaram crescimento na regularização de seus débitos. No entanto, elas possuem um percentual menor (13,34%) em comparação a eles (13,94%).

O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, explica que o crescimento do índice é efeito da melhora do mercado de trabalho, da desaceleração da inflação e do programa de renegociação de dívidas Desenrola Brasil. “Em junho, foram criadas 46 mil vagas formais de emprego na capital mineira. Também tivemos um recuo inflacionário, além da repactuação de dívidas que, somente nas quatro primeiras semanas, já limpou o nome de mais de 5 milhões de pessoas em todo o país”.

Para a professora de Ciências Econômicas da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Tânia Cristina Teixeira, esse declínio nos débitos está relacionado à política adotada pelo governo. “Ela foi muito importante, porque nós tivemos problemas graves decorrentes da pandemia, com a queda do emprego e da renda, e também antes já tínhamos uma crise que aumentou o endividamento das famílias, principalmente com o uso do cartão de crédito”.

Ela pontua também que o programa Desenrola Brasil, nesse sentido, vem atender a essas famílias endividadas que têm o interesse em renegociar os seus débitos. “Isso gera a possibilidade de aquecimento do próprio mercado, principalmente de gêneros, como eletrodoméstico, de bens duráveis, e até mesmo os não duráveis. Com possibilidades de aumento de produtos industrializados e semi-industrializados”.

Desenrola Brasil

Entre os dias 17 de julho e 11 de agosto, o Programa Desenrola Brasil somou R$ 8,1 bilhões em volume financeiro negociados, exclusivamente pela Faixa 2, no qual os débitos bancários são tratados diretamente com a instituição financeira em condições especiais. Esse grupo inclui as dívidas bancárias dos clientes que tenham renda mensal superior a dois salários mínimos, menor que R$ 20 mil e que não estejam incluídos no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal.

Segundo a CDL/BH, a volumosa renegociação de dívidas do programa tem gerado reações positivas do setor de comércio e serviços. “O brasileiro ficou com as contas atrasadas por muito tempo. Agora tem a chance de limpar o nome e voltar a consumir, especialmente itens de maior valor agregado”, afirma Souza e Silva.

Tânia ressalta que as famílias devedoras precisam estar atentas às questões do Desenrola Brasil e buscar instituições financeiras que realmente renegociem as dívidas. “Se possível, reduza o nível de consumo para conseguir efetuar o pagamento dessas contas. Porque temos uma taxa de juros, sobretudo do cartão de crédito, que ainda é muita alta e consome parte significativa da renda da população”.

Índice Nacional

Em julho de 2023, o volume de brasileiros com contas em atraso cresceu 6,79% em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Já na capital mineira, de acordo com levantamento da CDL/BH, na comparação de julho deste ano com o período de 2022, o avanço foi de 4,63%.

Ainda conforme a pesquisa da CNDL, o número de inadimplentes no país teve um pequeno declínio, a segunda queda consecutiva após meses de crescimento no país, e atingiu 66,11 milhões de brasileiros. O crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 1 a 3 anos (21,95%).