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Cassação do vereador Gabriel Azevedo esquenta bastidores da Câmara de BH

Gabriel Azevedo é denunciado na própria Câmara / Foto: Divulgação

 

Quando o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), Gabriel Azevedo, decidiu demitir funcionários ligados à ex-presidente da Casa e atual deputada federal, Nely Aquino (Podemos), ele estava mexendo em um verdadeiro vespeiro.

Embora politicamente ambos tivessem uma boa parceria, a parlamentar federal não mediu consequências e entrou com um pedido de cassação de Gabriel. Aliás, segundo o advogado especializado em direito eleitoral, Mauro Bomfim, juridicamente, Nely tem todo o direito de agir dessa forma. Conforme o Decreto-Lei 2001, qualquer eleitor, com o título eleitoral em dia, pode acionar esse dispositivo de suspensão de mandatos de políticos.

 

Provando do próprio veneno

Segundo consta, o presidente Gabriel tomou um susto quando soube da decisão de sua ex-aliada. Já nos meandros políticos, comenta-se que o dirigente da edilidade estaria provando do seu próprio veneno, já que durante algum tempo, sempre protagonizou cenas dantescas, quando de atos fortes contra ex-colegas.

Inclusive, no último episódio, ao levar a efeito um processo de cassação do então vereador Léo Burguês, forçado a renunciar, para não ficar inelegível. Antes disso, a Câmara Municipal já havia colocado a corda no pescoço de Uner Augusto, parlamentar que havia assumido o posto no lugar do atual deputado federal Nikolas Ferreira (PL). Em 2020, a CMBH permitiu a prisão do vereador Ronaldo Batista.

A assessoria da deputada Nely Aquino não autorizou contato de nossa reportagem com a parlamentar para entender os reais motivos de sua decisão. No entanto, em nota à imprensa difundida ainda no início da semana passada, ela vaticinou: “Azevedo cometeu uma série de atos que atentam contra o decoro parlamentar, todos incompatíveis com a dignidade do cargo e a imagem pública da Casa Legislativa, como abuso de autoridade, agressões verbais contra a vereadora Flávia Borja e vereadores do PDT, irregularidades praticadas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), alterando decisões sigilosas, e atos contra o vereador Marcos Crispim, corregedor da Câmara Municipal”.

O tema referente ao pedido de cassação do presidente da Câmara foi o principal assunto das editorias políticas da imprensa. Informalmente, comentou-se que se a votação propondo a cassação fosse submetida ao plenário agora, os votos seriam pela aprovação do texto. No entanto, o parlamentar denunciado tem um histórico de guardar a ficha de todos os colegas sob seus comandos.

O medo é que, mediante ameaças, ele tente reverter o possível placar de incerto para um quadro a seu favor, mesmo porque, nestes casos políticos tudo pode acontecer. Durante toda a semana, esse assunto se transformou em uma grande incógnita do âmbito da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte.