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Mulheres no esporte representam apenas 9% dos conteúdos visuais

Foto: Freepik.com

O “VisualGPS”, um estudo divulgado pela iStock, apontou que apenas 9% dos conteúdos visuais mais baixados representam mulheres e garotas ativamente participando de esportes. Os resultados da pesquisa são minimamente melhores quando observadas as imagens referentes a futebol, onde apenas 13% dos conteúdos baixados mostram mulheres e garotas praticando o esporte.

Além disso, o levantamento também indicou que 90% dos brasileiros concordam que organizações e negócios de todos os tamanhos deveriam se esforçar para promover as estrelas dos times femininos. Outro ponto apresentado foi que 85% das pessoas esperam ver retratos autênticos de mulheres praticantes de esportes que destaquem as habilidades e o atletismo, não seus atributos físicos.

A pesquisa ainda revelou uma busca intensificada para engajar com os esportes na categoria feminina, uma vez que quase 9 em cada 10 brasileiros de todos os gêneros consideram crucial fornecer a atletas mulheres o mesmo nível de cobertura midiática que seus colegas homens recebem.

Os patrocinadores esportivos estão observando e, segundo dados do Sponsor United, o patrocínio do esporte feminino registrou um aumento de 20% em 2022. Além disso, a Copa do Mundo Feminina, que começou no dia 20 de julho, já vendeu mais de um milhão de ingressos, ultrapassando o Campeonato Francês de 2019, resultando em prova concreta do crescimento do apoio ao esporte feminino.

Para a diretora de marketing, Larissa Mendes, esse cenário destaca a necessidade de uma mudança estrutural que promova a equidade de gênero e reconheça o potencial das mulheres no esporte. “A diferença de investimento entre o futebol feminino e masculino resulta em uma profissionalização precária das atletas nos principais clubes e ligas do país. Os negócios têm uma oportunidade para ajudar a empoderar mulheres e garotas ao usar visuais autênticos e inclusivos, focando em quais esportes elas podem praticar e não em sua aparência”.

Segundo a pesquisa “Mulheres & Esporte 2023”, realizada pelo Grupo SBF em parceria com o Grupo Consumoteca, as marcas desempenham um papel importante na promoção e valorização do esporte feminino. O estudo revelou que 8 em cada 10 brasileiros (81%) concordam que o futebol feminino deveria receber um maior patrocínio das marcas. Além disso, impressionantes 78% dos entrevistados acreditam que o investimento nos clubes brasileiros deveria ser igual tanto para o futebol feminino quanto para o masculino.

Larissa afirma que a disparidade cria desafios, mas também oportunidades para as marcas se posicionarem e desempenharem um papel fundamental na valorização do esporte para as mulheres. “É importante mostrar os fãs, jogadoras, treinadores, mães, líderes da comunidade, donas dos clubes esportivos e adotar uma abordagem autêntica e duradoura. Desafiar os estereótipos de gênero e promover uma mudança de mentalidade são aspectos fundamentais para impulsionar essa transformação tão necessária no cenário esportivo”.

Os consumidores brasileiros estão se envolvendo cada vez mais com o futebol feminino, demonstrando um crescente interesse. As atletas exercem uma influência significativa sobre o público, uma vez que 48% dos entrevistados seguem personalidades femininas do esporte nas redes sociais. No entanto, esse engajamento vai além do esporte em si. Também cerca de metade dos consumidores (49%) afirmam que as mulheres atletas os influenciam em comportamentos que vão além do campo. Elas se tornam referências em áreas como moda, política, cultura e saúde, impactando positivamente o cotidiano de muitas pessoas.

“O futebol, por ser o esporte mais popular do país, contribui para a superação de barreiras. No entanto, o caminho a ser seguido vai além. As marcas também precisam se comprometer com uma desconstrução social, desafiar estereótipos e preconceitos em vez de apenas apoiar a modalidade que está ganhando atenção”, conclui a diretora de marketing.