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Cuidando do seu (meu) dinheiro

Todo mundo tem um banco para chamar de seu. Este não é o meu caso, até mesmo porque, pela falta de dinheiro, não sou apegado a bancos. Mas tenho conta, afinal, preciso de uma para receber meus parcos proventos. Assim como eu, milhões de brasileiros são reféns de regras bancárias e das imposições criadas no atendimento de seus fregueses. Isso mesmo, fregueses. Não sou cliente, pois não sinto ser tratado como tal. Sou cliente de bar, isso sim. Do balcão até dou ordens, e sou atendido prontamente.

Mas voltando aos bancos, os chamados comerciais, são instituições financeiras, privadas ou públicas, que têm por objetivo principal proporcionar suprimento de recursos financeiros para financiar a curto e médio prazo, o comércio, as indústrias, as empresas, as pessoas físicas e jurídicas e terceiros em geral. São especialistas em intermediar dinheiro entre poupadores e aqueles que precisam dele, além de guardar o mesmo.

Os cinco maiores bancos comerciais do Brasil encerraram o ano com 81,4% do mercado de crédito e 77,4% dos depósitos totais. Para os economistas, o lucro é exorbitante. A instituição mais antiga do mundo que se tem registro é o Banco Monte dei Paschi di Siena, localizado na Itália, fundado em 1472. Aqui é o Banco do Brasil, em 1808. O mais rico do mundo, hoje, é o Banco Industrial e Comercial da China. Mas a relação dos bancos com os correntistas é um capítulo à parte. Todo mundo que trabalha para alguém precisa ter conta em banco. Por comodidade dos patrões e por segurança, o pagamento é depositado para ser sacado. Em alguns casos, os saques são cobrados, afinal, ninguém trabalha de graça.

Se tiver alguma reclamação, vai sentir na pele qual a relação do banco com seus clientes. Ao entrar em uma agência bancária para obter informações ou solucionar um problema, primeiro tire a sua senha, depois sente e espere. Não ache que a solução será simples, porque vai gastar um bom tempo. Também não espere um tratamento especial. Existem agências que não têm banheiros e o muito que oferecem é um bebedouro para uma água. Na primeira semana do mês, época do pagamento dos aposentados, o inferno é ainda maior. Funcionários sem um pingo de paciência para atender tantas dúvidas, algumas delas é não saber lidar com os aplicativos oferecidos para a comunicação virtual ou até valores de descontos apresentados no extrato.

Na semana que passou, longe do período infernal do pagamento de aposentados, procurei uma das centenas de agências disponibilizadas pelo banco no qual sou correntista. Lá fiquei sabendo que a agência de origem tinha mudado de endereço, não recebi sequer uma mensagem. Mesmo assim tirei a senha como prioritário, afinal, já não sou nenhum garotão. Não precisei tomar água e nem assentar. Mas fiquei assistindo muita gente ser chamada e eu ali, durão. Pois bem, esperei 45 minutos. Depois desse tempo, procurei uma pessoa tipo “Posso Ajudar” e ela me falou que minha senha era para falar com a gerente. Perguntei então pela responsável, pois já estava ali há muito tempo. A resposta foi simples: “ela saiu, foi visitar um cliente”. Saí em sua perseguição e lhe entreguei meu nome em um papel, disse que era correntista e precisava resolver um problema. Iria esperar que ela me visitasse. Não me visitou e continuo com o problema. Então descobri que não sou cliente. Viram? Sou apenas correntista. Vou para o botequim, porque lá o dono nunca sai.