Pobres homens de preto. Sempre na berlinda. Até quando acertam são criticados. Vivem à beira do abismo da incompreensão. Como se todos deste incrível mundo chamado futebol fossem infalíveis. A tolerância contra os profissionais do apito é quase zero, ou melhor, inexiste.
Comunicar é o fôlego do mundo corporativo. A asfixia de um profissional de qualquer área é a falta dos substantivos que nomeiam a eficiência esperada, o adjetivo que qualifica o talento ou o verbo que faz agir. A nota zero da apatia garante a nota máxima da excelência. Enxergar outro ponto de vista faz a vista de qualquer ponto diferente. Resgatar a raiz do que nos forma é adaptar os recursos existentes a um pensamento evolutivo.
Não é só reinventar a roda, é garantir que ela rode na direção certa. O segredo parece indecifrável, porém, o cofre está aberto em um capital humano repleto de pensamentos convergentes à justiça desportiva. A insensibilidade dos dirigentes, técnicos, jogadores, profissionais de imprensa é latente. Até mesmo aqueles que um dia foram apitadores esquecem de um passado recente e criticam, impiedosamente, seus pares em atividade.
Tem faltado sensibilidade. Aliás, falta amor em muitas coisas. Amor é plural. Quando se fala em amor esquecemos que no seu contorno existe renúncia e perdas. O maior de TODOS nos resgatou a um preço altíssimo. Foi submetido a humilhação, injustiça, desdém, mentiras entre outros espinhos que custaram seu sangue. Antes que me julguem, isso não é um sermão. Comunicação, intolerância, árbitros, amor. Parece meio sem sentido, não é? Mas só parece.
Trabalhamos, pesquisamos, planejamos, e na ação do presente indicativo, o plural sempre habita a conjunção do caminho do amor. Não vou rasgar minhas vestes, nem gritar mais alto que a intolerância dos críticos. Venha até a minha casa, achegue-se, veja minhas feridas, meus acertos, minhas medidas da balança da Justiça. Venha compartilhar da água oceânica do futebol, mãe única do entretenimento cultural que nos hidrata. Aceito suas cobranças, aceito suas palavras, aceite minha existência como pó que somos.
Ter empatia é muito mais do que estar no meu lugar. É entender o que vivo na tão sonhada equidade humana de um mundo desigual. Ofereço a outra metade de minha face, não vou resmungar, porque é minha a escolha do amor. Continuem trabalhando time arbitragem, pois, no plural, a frase fica mais rica e unida. Aliás, qual é mesmo o plural de amor?