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Trabalhadores acima dos 50 anos

Dados do Ministério do Trabalho indicam que, de 2016 a 2021, ou seja, nos últimos 15 anos, praticamente dobrou o número de pessoas com mais de 50 anos no mercado de trabalho. Isso aconteceu graças ao reconhecimento de grandes empresas, que perceberam que essas pessoas podem contribuir muito para o desenvolvimento das firmas ou entidades empregadoras.

Neste período, de uma década e meia, o contingente de pessoas com carteira assinada era da ordem de 8,7 milhões de trabalhadores, embora de dois anos para cá, empresas como a PepisiCo e Assai Atacadista tenham incrementado os seus programas específicos para admissão de funcionários nessa faixa etária.

Mas o cenário não é apenas de otimismo, pois, apesar desse viés positivo no que diz respeito às contratações, ainda há barreiras no mercado para acesso desses profissionais. Um levantamento realizado por firmas especializadas aponta que a maioria das companhias tem só 6% a 10% de pessoas com mais de 60 em seus quadros.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2040, seis em cada dez trabalhadores brasileiros terão mais de 45 anos. Pela projeção, serão 17 milhões de famílias sustentadas por nomes com mais de 60 anos. Isso já está acontecendo, devido ao fato do aumento da expectativa de vida dos brasileiros. Em paralelo, nota-se ainda que é cada vez menor a presença de jovens no mercado de trabalho.

Como dito, está longe de se vislumbrar uma solução para toda essa demanda e, consequentemente, o assunto deverá se estender para o futuro. Por enquanto, uma das alternativas encontradas é caminhar para o empreendedorismo, pois a esses novos empreendedores, conta a seu favor habilidades, como empreitada, colaboração, engajamento, organização, comunicação, lealdade, senso de urgência e resiliência.

Na era da internet e da comunicação artificial, a sociedade carece de encontrar novos rumos. Há cerca de um ano, aqui no próprio Edição do Brasil, foi feita uma reportagem salientando que, nos próximos dez anos, a cada dez milhões de empregos gerados pela internet, haverá um desemprego de 12 milhões de pessoas, concomitantemente.

Em síntese, a realidade virtual terá de ser incorporada à vida cotidiana, inclusive no item emprego, trabalho e renda, como forma de as pessoas terem a liberdade de agir como quiserem, sem as limitações laborais. Muito embora seja salutar saber que o gueto também da vida on-line é um desafio permanente para todos, sobretudo, para quem precisa de se manter na ativa como forma de garantir o sustento de seus familiares.