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BH recebe Orquestra Ouro Preto com “Auto da Compadecida, a Ópera”

Apresentações vão acontecer nos dias 13 e 14 de junho / Foto: Rapha Garcia

A Orquestra Ouro Preto (OOP) vai apresentar o “Auto da Compadecida, a Ópera”, nos dias 13 e 14 de junho, às 20h30, no Palácio das Artes. Uma das mais emblemáticas obras de Ariano Suassuna, Chicó e João Grilo, personagens centrais desta história que fizeram sucesso por mais de seis décadas no teatro e no cinema, ressurgem no palco diante de uma ópera-bufa.

Com 23 anos de trajetória, essa é a terceira incursão da OOP no universo operístico e a primeira grande produção neste formato. O diálogo direto com o público, um dos pilares da produção da Orquestra, está garantido nessa ópera-bufa que traz a comédia como elemento principal.

No palco, grandes nomes do canto lírico brasileiro, como Fernando Portari, Marília Vargas, Marcelo Coutinho, Carla Rizzi, Jabez Lima e Rafael Siano, além de atores escolhidos para dar voz e corpo ao clássico da literatura brasileira, Glicério do Rosário, Léo Quintão, Cláudio Dias, Marcelo Veronez e Maurício Tizumba. A direção de cena é assinada por Chico Pelúcio, com música original de Tim Rescala, que assina o libreto junto com o maestro Rodrigo Toffolo, regente titular e responsável pela concepção e direção musical do espetáculo.

A ópera

Criada em 2022, Toffolo afirma que o projeto nasceu da vontade de ter uma ópera-bufa brasileira. “Uma obra cantada em português, com um tema moderno e, ao mesmo tempo brasileiro, que habita no coração de todos nós. O livro de Ariano Suassuna fala por si só, é um trabalho imortal e nosso”.

Ele explica que o projeto, desde a concepção até a primeira récita de lançamento, durou cerca de um ano e meio. “Uma ópera, em dois atos, com aproximadamente 1h40 de música. É um desafio muito grande, porque a escrita do teatro de Ariano é uma obra perfeita. A ideia é sempre respeitar ao máximo o texto, mas adaptando para outra arte”.

Tim Rescala ressalta dois desafios, o primeiro seria se manter fiel ao eixo principal da obra, e o segundo seria, ao mesmo tempo, gerar algo original. “Digamos assim, uma nova obra, porque a linguagem é completamente diferenciada. E nesse caso, trata-se de cantar uma história, não simplesmente de contá-la. Quando se canta uma cena, ela tem uma duração e um ritmo interno totalmente diferente de um texto falado. A gente chama a montagem de ópera-bufa brasileira, porque procura ser popular, ter contato direto com a plateia, mas criando algo novo. Acredito que conseguimos isso com o Auto da Compadecida”.

O maestro pontua que o público vai ter a oportunidade de conhecer uma ópera brasileira. “Eles vão sair encantados com a montagem. O texto de Ariano nos toca profundamente, tem momentos de alegria, reflexão e emoção. As partes finais são de uma profundidade muito forte. Acho que como todo autor, o Ariano nos faz passar por todos os estágios das emoções. Sentimos um pouco de tudo nessa ópera”.

Turnê

Em 2022, a ópera já passou por São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Este ano, depois da performance na capital mineira, nos dias 24 e 25 de junho, o espetáculo chega a Manaus, no Teatro Amazonas. Já em julho, no dia 15, a OOP vai se apresentar na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, de forma gratuita.