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Péssimas rodovias em Minas

Recentemente, o deputado estadual Arlen Santiago (Avante) usou o plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para denunciar a situação de abandono da BR-135, que liga Belo Horizonte a Montes Claros. O parlamentar disse do exagerado número de pedágios. São seis, contando dois postos instalados ainda na BR-040, entre BH e Sete Lagoas, até o entroncamento da BR-135.

O trecho é administrado pela Eco 135, concessionária que deveria ter promovido uma extensa lista de melhorias na estrada, como instalação de passarelas, construção de trevos e aumento de pistas. Mas em grande parte da rodovia, nota-se uma enorme quantidade de buracos, colocando a vida das pessoas em risco, com dezenas de acidentes.

A denúncia do político mineiro é trazida ao público no momento onde praticamente todas as rodovias federais que passam pelo nosso estado estão com algum tipo de problema grave. Não se pode esquecer das constantes reclamações contra a empresa Via 040, administradora do trecho entre Juiz de Fora e Brasília. No perímetro de Minas, especialmente de BH a Juiz de Fora, porém, a situação é quase de calamidade. Os motoristas precisam fazer um verdadeiro zigue-zague para se desviar das crateras e evitar acidentes mais graves.

Mas todas essas demandas são pequenas, diante dos problemas ocasionados pela BR-381, partindo da capital mineira em direção ao Vale do Aço. Denominada de Rodovia da Morte, a reconstrução da estrada é um desafio para as autoridades de Brasília. Na realidade, o descaso com este assunto já tem duas décadas e várias foram as promessas de uma resolução definitiva para a demanda. No entanto, tudo não passa de intenções externadas por ocasião de campanhas políticas, enquanto os usuários são cada vez mais impactados por um serviço público de péssima qualidade.

Consta dos bastidores que o Vale do Aço, tido como o vale do desenvolvimento, está vivendo um momento de estagnação por conta da dificuldade de escoar os seus produtos. De acordo com informações oficiais, Minas Gerais possui 272.062,90 mil km de pistas, dos mais de 1.720,700 mil km das estradas brasileiras, o que representa cerca de 16 % de toda a malha federal. Mas o desafio não é só de Brasília. O governo mineiro carece responder às denúncias dos deputados de oposição, segundo a qual, é de certo abandono grande parte das vias estaduais, cujo montante é de 240 mil km, sendo algumas delas ainda de trechos sem a devida pavimentação.

Roga-se providências sérias para contemporizar essas reivindicações, preferencialmente antes do retorno do período chuvoso. Afinal, os cidadãos pagam caro para manter os impostos de seus automóveis em dia, quitam pedágios e taxas complementares e mesmo assim recebem um serviço de terceiro mundo. Isso é um absurdo completo.

O ideal seria trazer o ministro dos Transportes, Renan Calheiros Filho (MDB), para um encontro aqui em Minas Gerais, com as autoridades e os líderes políticos em geral. O objetivo seria explanar ao político a real situação das rodovias neste estado que é uma síntese de ligação com o setor produtivo nacional.