Algumas movimentações no tabuleiro do poder já são perceptíveis aos olhos de quem lida, cotidianamente, com assuntos políticos em Minas Gerais. O governador Romeu Zema (Novo), que no passado sempre procurou tratar o parlamento mineiro com certo desenho, agora cuida de alinhavar o discurso e práticas mais republicanas.
Semana passada, a imprensa noticiou nomes de ex-parlamentares, derrotados no último pleito, para cargos importantes do segundo escalão. De um grupo de privilegiados com nomeações, apenas o ex-presidente do PP, Marcelo Aro, foi elevado ao posto de secretário de Estado. Os demais se contentam com um bom emprego, como é o caso de Felipe Attiê (PTB), Dalmo Ribeiro (PSDB), Gustavo Mitre (PSB) e Laura Serrano (Novo).
Pessoas que frequentam a Cidade Administrativa admitem que esse gesto político do chefe do Executivo teve influência do vice-governador Mateus Simões (Novo). Pré-candidato ao governo, Simões, de acordo com os fatos, vai deixando o dia a dia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) por conta do secretário de Governo, Igor Eto, enquanto ele cuida de contatos diretos com lideranças políticas em diferentes regiões do estado. E isso tem sido fácil, pois o vice-governador surfa na onda da popularidade do governador do estado.
Jarbas, Pacheco e Nikolas
Tem sido cada vez mais frequente a presença do procurador-geral de Justiça do Estado, Jarbas Soares em eventos públicos, notadamente, relacionado à presença de prefeitos e líderes municipalistas. Nas comemorações dos 70 anos da Associação Mineira de Municípios (AMM), semana passada, no plenário da ALMG, ele foi um dos oradores e por sinal, aplaudido com ênfase. “O procurador não fala em disputar o pleito, mas a essência de sua narrativa, nesses certames por onde tem passado, é eminentemente de quem se for o caso, pode aceitar o desafio de se embrenhar em uma candidatura ao governo de Minas”, dizem alguns deputados.
Para alguns matemáticos da política mineira, Jarbas seria um contraponto à pretensão do deputado federal mineiro Nikolas Ferreira (PL), em ser um nome disposto a conquistar o Palácio Tiradentes em 2026. Em uma alusão figurativa, seria um duelo de titãs entre os dois.
Outro nome mencionado para a peleja ao Executivo, daqui a pouco mais de três anos, seria o do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD). Ao ser indagado sobre o tema, o vice-presidente estadual da sigla, Alberto Pinto Coelho, comenta que o mineiro Rodrigo Pacheco é um homem de diálogo fácil. “No momento, ele é tido como uma das mais influentes personalidades da nossa República. Quanto a seus projetos, tudo vai depender dos cenários de então”.
Esse tema relacionado à sucessão do governador do estado é uma pauta incipiente, mas para além de Mateus Simões, Jarbas Soares, Nikolas Ferreira e Rodrigo Pacheco, existem algumas outras lembranças, como o prefeito de BH, Fuad Noman (PSD), caso não venha a ser prefeito da capital, o deputado Aécio Neves (PSDB), o presidente da ALMG, Tadeu Martins Leite (MDB), e o presidente da AMM, Dr. Marcos Vinícius.