O Brasil registrou uma queda de 19% na exportação de café para o exterior em março, quando comparado com o mesmo período do ano passado. No mês, foram embarcadas 3,088 milhões de sacas de 60kg. Já no quesito financeiro, também foi verificado uma redução na arrecadação. Em março de 2022, o valor do café exportado foi de US$ 909,2 milhões. Esse mês, a cifra foi de US$ 669,5 milhões, o que representa encolhimento de 26,4%. Os dados foram divulgados pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Ao longo do primeiro trimestre, foram enviadas ao exterior, 8,358 milhões de sacas, redução de 22,8%, em relação ao ano passado. Em termos de receita, também foi verificada queda. No primeiro trimestre do ano passado as receitas foram de US$ 2,4 bilhões, enquanto nos três primeiros meses de 2023 foram gerados US$ 1,79 bilhão, representando uma queda de 22,8% nas receitas.
Segundo o presidente da Cecafé, Márcio Ferreira, essa redução no número de sacas exportadas no primeiro trimestre aconteceu por diversos fatores. “Como já observado no fechamento de fevereiro, a queda nos volumes exportados foi porque não dispomos de remanescentes significativos da safra recorde de 2020, que, eventualmente, compensariam a perda das colheitas 2021 e 2022, afetadas substancialmente pela longa estiagem, seguida da maior geada dos últimos 27 anos”, explica.
Principais destinos
Ao longo de todo primeiro trimestre, o café brasileiro foi exportado para 106 nações. Os países que mais compraram o grão foram Estados Unidos (1,5 milhão de sacas), Alemanha (1,1 milhão), Itália (644.001 milhões), Japão (471.307 milhões) e Bélgica (449.319 milhões).
Quem surpreendeu nesse primeiro trimestre foi a China. Só nos primeiros três meses do ano, o país comprou 185.308 sacas, um aumento de 108,7%, em relação ao mesmo período de 2022. Para o diretor-geral da Cecafé, Marcos Matos, esse crescimento ocorreu por conta dos consumidores mais jovens, que estão mais dispostos a experimentar a bebida. “O café tem uma ótima oportunidade de incrementar muito mais, com qualidade, sustentabilidade e competitividade, tendo em vista o potencial cada vez maior do mercado e a tendência de mudança de hábitos de consumo”.
Expectativas com a safra
A safra do café começa no mês de junho e a estimativa é que ela seja maior do que no ano passado. Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a safra brasileira de café será de 55,7 milhões de sacas neste ano, um avanço de 6,5% em relação a 2022. Deste total, cerca de 27,5 milhões serão colhidas em Minas Gerais, o maior estado produtor de café do Brasil. Segundo o Instituto, esse aumento se dá pela recuperação da safra de café arábica, que é o tipo mais exportado e não ter acontecido nenhum problema climático durante o inverno passado.
