Autoridades do governo federal, incluindo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, estão profetizando sobre a existência de um projeto em fase de conclusão nos bastidores da tecnocracia de Brasília, cujo escopo é estabelecer um Programa de Segurança para a Amazônia. Este tema é, de certa forma, a prioridade da população do nosso país. Isso está demonstrado no extrato de uma pesquisa divulgada pelo Genial/Quaest, onde apontou que os brasileiros querem mais rigor na fiscalização da região.
Para além de tudo, talvez esteja em pauta um dos maiores desafios do governo federal. Estamos nos referindo a necessidade de um projeto estruturado para coabitar condições de, efetivamente, combater o garimpo ilegal. No entanto, para que haja sucesso nessa empreitada, o poder público terá de atuar firme para acabar com o vício impregnado dos membros do denominado crime organizado.
São essas facções que implementam os seus projetos e anseios financeiros, nem que para tanto tenham que eliminar indígenas, invadir terras, acabar com a nossa fauna e flora, além de deixar um incomensurável rastro de destruição em toda a região. Isso é um absurdo. O mundo está de olho na situação e muitos países, especialmente os mais desenvolvidos, querem colaborar, oferecendo ajuda financeira para incrementar as ações pertinentes à coibição deste nefasto e suntuoso esquema de aniquilamento do ponto.
Tomara Deus que o projeto oficial de Brasília não fique apenas em promessas e, também, que essas aludidas contribuições pecuniárias internacionais não sejam apenas migalhas, ofertadas com o objetivo de gerar notícias para a imprensa.
Relativamente ao Programa, ora em fase final de gestação nos meandros do governo federal, prevê-se uma articulação com a Polícia Federal, Forças de Segurança Nacional, Ibama e Forças Armadas, concebendo-se, na sequência a instalação de novas bases fluviais, ampliação do efetivo e investimento em solução tecnológicas. Para desenvolver o pacto serão usados os recursos provenientes do Fundo Amazônia, atualmente com mais de R$ 3 bilhões em caixa, já que os valores não foram gastos nos últimos anos por orientação dos seus patrocinadores, a Alemanha e a Noruega. Esses países não concordavam com o estilo de política para o setor aqui no Brasil, que vinha sendo patrocinado no governo passado.
Em reunião realizada semana passada, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, garantiu que não vai faltar dinheiro para poder investir em projetos que visem o desenvolvimento daquele imenso território. Ao comandar um grupo de autoridades que em seu gabinete dissertava sobre o tema “Amazônia Legal”, o presidente lembrou que a riqueza da região é nossa e para não continuar a destruição por lá, serão equacionados programas e gerenciamentos de projetos que garantam o soerguimento da localidade. Mercadante aposta que haverá um salto de qualidade dos projetos de produção sustentável, em prol de uma economia de baixo carbono. Isso vai ser possível perante o efeito consubstanciado a partir dessa força-tarefa criada pelo governo brasileiro.
As dificuldades postas no caminho dessa intenção têm a ver com a falta de compromisso de autoridades estaduais e regionais que, ao longo dos últimos anos, nada fizeram para minimizar a dramática circunstância de desmatamento e dizimação dos índios Yanomami.