Índice é conhecido como prévia da inflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a prévia da inflação de novembro acelerou para 0,53%. O indicador ficou 0,37 ponto percentual acima do resultado de outubro (0,16%).
Todos os grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram variação positiva em novembro, com exceção de comunicação (0,00%), que manteve estabilidade. Os maiores impactos vieram de alimentação e bebidas (0,54%), saúde e cuidados pessoais (0,91%) e transportes, que após queda de 0,64% no mês passado, apresentou avanço de 0,49%.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 5,35% e de 6,17% em 12 meses, abaixo dos 6,85% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2021, a taxa foi de 1,17%.
O economista, Ricardo Paixão, informa que itens básicos, como alimentação e bebidas, subiram muito seus preços por causa do frete. “Se o combustível está mais alto, existe um peso em cima do transporte da mercadoria. As cadeias produtivas também foram desorganizadas devido à pandemia, agora que estão sendo restabelecidas. Tudo isso, se reflete em custo maior para o empresário que repassa para o valor final do produto”.
Mais caro
Segundo o IBGE, o grupo alimentação e bebidas teve um aumento expressivo de outubro (0,21%) para novembro (0,54%), influenciado pelos alimentos para consumo em domicílio (0,60%).
O tomate foi o que apresentou a maior alta, de 17,79%, seguido pela cebola (13,79%) e batata inglesa (8,99%). Houve ainda uma alta de 3,49% nos preços das frutas.
A alimentação fora do lar também variou em patamar semelhante (0,40%) ao que foi visto no mês anterior (0,37%), com a refeição subindo 0,36%, enquanto o lanche aumentou 0,54%.
Os itens de higiene pessoal (1,76%), principalmente os produtos para pele (6,68%) e os planos de saúde (1,21%), foram os destaques no grupo saúde e cuidados pessoais (0,91%).
Em transportes (0,49%), os combustíveis (2,04%) voltaram a ter variação positiva após cinco meses consecutivos de quedas. Em novembro, o preço da gasolina subiu 1,67%, contribuindo com o maior impacto individual no índice (0,08 p.p.). Os valores do etanol (6,16%) e do óleo diesel (0,12%) também apresentaram alta.
Já a habitação teve aceleração de 0,28% em outubro para 0,48% em novembro, que é resultado, principalmente, dos aumentos do aluguel residencial (0,83%) e da energia elétrica (0,44%).
Inflação
Paixão afirma que, depois de algumas reduções, a inflação voltou a obter uma trajetória ascendente. “Existe a possibilidade dela ficar um pouco acima da meta”.
Em relação a 2023, ele destaca que o cenário ainda está se desenhando. “A probabilidade é que nos primeiros meses a gente tenha uma ligeira alta, até porque estamos diante de um período de grandes incertezas em relação ao futuro. Mas, no decorrer do ano vai depender das primeiras ações do governo recém-empossado”.