A capoeira é uma representação cultural que mistura luta, dança, tradição popular, música e, em 2016, o Ministério do Esporte decidiu que o exercício não é apenas arte, mas também uma atividade esportiva.
Hoje, a capoeira ocupa espaço em escolas, academias, estúdios de dança, teatros, entre outros. Caracterizada por movimentos ágeis e complexos, em que são utilizados os pés, as mãos e elementos ginástico-acrobáticos.
Rafa Martins, conhecido por Saiadim, já que no esporte todos possuem um apelido, afirma que, por ser uma manifestação cultural e patrimônio da cultura afro-brasileira, a capoeira traz vários benefícios, como a manutenção da boa forma física, envolvimento com nossas tradições, desenvolvimento de coordenação motora e ritmo. “E, por se tratar também de uma dança, temos noções de musicalidade e consciência corporal, além de permitir conhecer culturas, já que, hoje, está difundida em todos os continentes”.
Ele ressalta que salvo algumas exceções, como lesões e/ ou tratamentos fisioterapêuticos, qualquer pessoa pode praticar a capoeira. “Em nossas turmas, já tivemos idosos de 60 anos ou mais, bem como nos grupos das crianças, temos alunos de 2 anos. Ainda é importante dizer que mesmo que o indivíduo não desenvolva o jogo de capoeira, ele pode aprimorar sua musicalidade”.
Para quem deseja começar do zero, Martins esclarece que o ideal é que se utilizem roupas leves. “Em nosso grupo existe o entendimento de que capoeira se treina de calça cumprida. Quando o indivíduo decide se dedicar de fato, é necessário que ele tenha seu próprio abadá, que é o uniforme do capoeirista. Inclusive, é no abadá que se prende a corda que indica o nível de graduação”.
Ele acrescenta que com as crianças é trabalhado a psicomotricidade, a musicalidade e a história, com metodologia lúdica e humanizada. “Porém, a técnica muda quando a turma é de adultos e, também, as graduações são diferentes”.
Ginga
Vinicius Ferreira, 27, conhecido por “Graduado Latino”, pratica o esporte desde 2015. Ele relata que é difícil falar em poucas palavras o que a capoeira representa em sua vida. “Ela me transformou em uma pessoa mais humana e consciente das dificuldades do dia a dia, me deu responsabilidade, equilíbrio e respeito pelas diferenças. Além disso, me ensinou a seguir hierarquias e ter uma saúde física melhor”.
Já a Luísa Garcia, 26, chamada também de “Ginasta”, conta que a capoeira é um esporte que trouxe sentido para ela. “Fiz amigos, conheci lugares e culturas. Fora isso, consegui ter mais flexibilidade, mobilidade, agilidade, força e equilíbrio. Aprendi também a tocar os instrumentos e a dançar samba, maculelê e jongo”.