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Preocupação das empresas com diversidade e inclusão diminui

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Rogério Brum, especialista em Agilidade, LGPD e Gestão da Diversidade | Foto: Arquivo pessoal

A pauta diversidade e inclusão nas empresas é essencial e precisa ser mais debatida, com a finalidade de tornar o ambiente de trabalho cada vez mais plural. De acordo com relatório feito pela consultoria global Great Place to Work, em 2019, 24% dos entrevistados afirmaram que as corporações tinham diversidade e inclusão como um aspecto prioritário a ser trabalhado. Em 2020, esse número subiu para 32%, e em 2021 para 37%. Neste ano, houve redução para 17,9%. Para falar sobre o assunto, o Edição do Brasil conversou com Rogerio Brum (foto), especialista em Agilidade, Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e Gestão da Diversidade.

Na sua avaliação, as empresas brasileiras se preocupam com a diversidade?
Boa parte das empresas no Brasil valoriza a diversidade, como mostram as pesquisas entre 2019 e 2021. Entretanto, apenas entender a importância da inclusão não basta, o que reflete no resultado em 2022, onde se percebe uma queda para 18% entre os entrevistados. Isso se dá pelo desafio de operacionalizar a real inclusão, ou seja, a preparação de um ambiente e criação de ações não só para acolher, mas também reter e desenvolver esse público. É realmente “tirar do papel” e colocar em prática. Trabalhar a diversidade é questão de cidadania. Além de afetar positivamente a organização, ela também torna a sociedade mais justa.

Qual a importância de ter um ambiente de trabalho diversificado?
Numa empresa onde o trabalho é diversificado, todos os colaboradores são expostos a múltiplas perspectivas e visões de mundo. Essa pluralidade de ideias é excelente e quase sempre resulta em projetos inovadores, tornando a corporação cada vez mais criativa em suas soluções. Dentre outras questões, os funcionários se sentem mais seguros e acolhidos, há melhorias no clima, novos potenciais surgem e ambos os lados ganham.

Como é possível começar a trabalhar esse tema nas empresas?
Há alguns passos para isso. Um deles é mensurar o quadro de colaboradores, com um diagnóstico de como ele é composto, para começar a se pensar em ampliar ou incluir a diversidade. Na sequência, é importante avaliar a cultura organizacional. Aqui cabe se questionar: “a cultura da empresa valoriza a diversidade ou está sempre procurando o mesmo perfil de profissional?” Uma boa dica é a realização de uma pesquisa de clima organizacional para observar se há sentimentos de exclusão. Outro passo essencial é construir políticas explícitas e manifestos, com base na pesquisa de clima, tendo como objetivo inserir a diversidade no processo seletivo. Isso ajuda a evitar os chamados “vieses inconscientes”, que são preconceitos ou estereótipos que podem passar despercebidos.

De que forma as palestras e treinamentos podem contribuir com o processo?
Não basta dizer que é uma empresa que apoia a diversidade e inclusão, também é preciso converter isso em ações práticas, investindo na comunicação interna (palestras, treinamentos), com foco no respeito às diferenças. Os comitês da diversidade podem ajudar e têm o intuito de manter o empoderamento e levar as vozes dessa galera para toda a companhia. Isso pode ser feito via encontros, debates e afins.

Qual a diferença entre diversidade e inclusão e como isso se aplica nas companhias?
Diversidade é representatividade e a inclusão está relacionada com o respeito e a aceitação que todos os colaboradores sentem. A diversidade e inclusão trazem um grande diferencial competitivo. Combinadas, elevam o capital humano da empresa, pois criam uma série de novos pontos de vista diferentes para construir soluções inovadoras.