O segundo semestre do ano costuma ser de extrema importância para o comércio, devido às grandes datas comemorativas, Natal e Ano Novo. Porém, em 2022, haverá um diferencial: a Copa do Mundo, que acontecerá nos meses de novembro e dezembro. E com o primeiro jogo do Brasil ocorrendo no dia 24 de novembro é esperado que, junto com a Black Friday (25/11), traga bastante lucro para lojistas.
A Pesquisa Black Friday 2022, do UOL, em parceria com a MindMiners, mapeou a proximidade dos dois eventos e mostrou que isso impulsionará o interesse pelas compras. 62% dos entrevistados declararam intenção de comprar. Se olhada apenas a audiência do UOL, o índice sobe para 81%. Entre os que realizaram aquisições na data no ano passado, a propensão de consumir é de 86%.
Quando observada a conexão entre os dois eventos, novamente 62% acreditam que vão consumir mais na Black Friday por conta da Copa do Mundo. Além disso, mais de um terço de todos os entrevistados (35%) declaram que as promoções de produtos/serviços relacionados com a Copa irão aumentar o interesse pela Black Friday.
Segundo a Associação Brasileira do Varejo (ABV), essas datas comemorativas devem elevar as vendas em 12%, além de injetar mais de R$ 20 bilhões na economia. A estimativa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) é que, com a Copa, 60 milhões de pessoas gastem no comércio ou contratem serviços para acompanhar o evento esportivo. Por fim, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) espera um crescimento de 7,9% em relação ao faturamento de 2014, ano em que o Brasil foi sede do evento.
Para Pedro Castro, CEO de uma empresa de delivery de gelo, a época irá trazer maior movimento. “Levando em consideração as vendas em ano de Copa estimamos fechar 2022 com o faturamento de R$ 1 milhão, acréscimo de 10%. Pela proximidade com as festas de fim de ano, a expectativa é grande, afinal, são muitos eventos acontecendo ao mesmo tempo, sem contar que estaremos próximos do verão, férias, 13º salário, fatores que juntos geram esperança para o comércio varejista”.
Ele diz que a principal estratégia é manter a qualidade do atendimento e logística na entrega. “Trabalhamos com um produto que precisa de transporte rápido, pois o gelo é extremamente delicado. Pensando na ocasião, estamos planejando dar brinde para os clientes, além de contratar alguns funcionários temporários para suportar a demanda. Começamos a nos preparar para a Copa do Mundo tem, mais ou menos, 2 meses”.
Cláudia Ramires, dona de uma loja de artigos e presentes, também é testemunha que a época impulsiona o setor comercial. “Jogos de futebol movimentam o setor de vestuário, camisas oficiais ou não oficiais, bandeiras, tintas e maquiagens, entre outros itens usados pelos torcedores são muito vendidos”.
Ela conta que já está nos preparativos para os eventos. “Vamos contratar mais alguns vendedores temporários para não ficarmos sobrecarregados e vender diversos produtos personalizados que são procurados, como blusas, apitos, vuvuzelas, bolas, meiões, etc. E, agora, que as medidas restritivas da pandemia estão mais relaxadas, muitos vão se reunir em bares ou em casa para assistir aos jogos com amigos ou família”.