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Kalil é desafiado a manter a união entre PSD e PT

Kalil vai precisar de muita habilidade política | Foto: Divulgação

Nem mesmo o jantar oferecido ao ex-presidente Lula (PT), na fazenda do ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, em Ouro Preto, no dia 10 de maio, conseguiu apaziguar os ânimos de seus amigos e correligionários mineiros.

Antes da chegada do presidenciável por aqui, a expectativa era que fosse celebrado um acordo político, mediante a aliança entre Lula e o ex-prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD). Mas, quando tudo parecia tranquilo, logo vieram outros projetos e interesses. Com isso, o que se viu foram declarações desencontradas, insinuações de desobediência partidária, entre muitas cenas. Até o dia 13 permanecia apenas as especulações desmedidas.

Nesta profusão de assuntos, surgiu um grupo petista tentando convencer o deputado do partido, Reginaldo Lopes, a desistir de ser candidato a senador, o que em tese resolveria a demanda. Até porque, se for cada um para o seu lado, todos podem sair perdendo: Alexandre Silveira (PSD) e o próprio Reginaldo pela disputa ao Senado, Lula sem apoio mineiro, uma vez que deixaria de ter um palanque forte no estado e Kalil para o governo de Minas. Além disso, se essa realidade se concretizar, muitos matemáticos da política mineira garantem que Romeu Zema (Novo) seria reeleito ao Palácio Tiradentes ainda no primeiro turno.

De Brasília, segundo especulação da imprensa tradicional, os presidentes nacionais do PSD, Gilberto Kassab, e do PT, Gleisi Hoffmann, estão em conversa para tentar um caminho unificado desses nomes dos candidatos em Minas Gerais.

Lula em Minas

A última semana foi marcada pela presença do petista, que fez uma passagem por Minas Gerais, começando em Belo Horizonte, Contagem e Juiz de Fora. A visita faz parte da “Caravana do Lula”, projeto que levará o candidato a inúmeras cidades do país.

O presidenciável está à frente nas pesquisas eleitorais. De acordo com uma análise feita pela Genial/Quaest, Lula mantém a liderança com 46% das intenções de votos. Ele é seguido pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL), com 29%. Depois aparecem, Ciro Gomes (PDT), com 7%; João Doria (PSDB) e André Janones (Avante), com 3% cada; por fim, Simone Tebet (MDB) e Felipe d’Ávila (Novo) somam 1% das intenções cada.

O ex-presidente Lula fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro. Na capital mineira, o candidato chegou a dizer que seu concorrente teme a prisão. “Não adianta desconfiar de urna. O que você tem é medo de perder as eleições e ser preso”, alertou.

Ele falou também sobre economia e frisou a importância de reconstruir o Brasil, destacando a necessidade de se aumentar o salário mínimo. “É possível elevar e nós provamos isso. Dá para cuidar da pequena e média agricultura e, ainda, colocar as pessoas da periferia na universidade brasileira”.

Lula destacou ainda que os empresários vão voltar a ganhar mais, contudo, é preciso ampliar o poder de compra da população, pois só assim será possível aumentar os lucros. “A lógica do empresário é que ele faz investimento para ter retorno. Mas ele precisa também de consumidor, pessoas com recursos para comprar o que ele produz. E se ele encomendar mais produtos da fábrica, ela gera mais empregos e a roda da economia gira”.