O hábito de comer fora de casa tem sido uma realidade cada vez mais presente na vida de muitos brasileiros. Existem as mais diversas opções, como lanchonetes, fast food, petiscos, bares, padarias, restaurantes, entre outras. Por outro lado, o delivery também favoreceu o setor. Um levantamento feito pelo Instituto Food Service Brasil IFB/ CREST mostrou que os gastos com alimentação fora do lar representaram R$ 164,4 bilhões em 2021. Cada brasileiro desembolsou em média R$ 16,21 por refeição, significando uma alta de 12% em relação a 2020.
A pesquisa prevê ainda três cenários para 2022, o mais otimista espera que haja um crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) do setor de food service de 1,3% quando comparado a 2020, além de aumento na circulação dos restaurantes em 10% em relação ao ano anterior.
Segundo o economista e especialista em finanças Leandro Martins, o setor de food service não é muito abalado pelo cenário econômico. “As pessoas que já tem essa disposição de comer fora podem reduzir a quantidade de vezes que fazem essa refeição ou trocar por uma opção mais barata. Mas elas nunca deixam de consumir. O faturamento desse ramo é constante nos últimos anos”.
Martins afirma que há algumas razões para as pessoas optarem por comer fora. “A principal delas é a falta de tempo de preparar os alimentos em casa. Também temos um fato interessante na estrutura familiar. Hoje existem muitos casais sem filhos, que preferem investir na alimentação fora do lar por ser mais prático, bem como um momento de lazer”.
Esse tipo de alimentação pode representar um grande impacto no orçamento no final do mês. Conforme dados mais recentes da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), o valor médio de uma refeição completa (prato principal, bebida não alcoólica, sobremesa e café) no Brasil é de R$ 34,62.
O gerente financeiro Carlos Eduardo Ribeiro tem o hábito de almoçar fora pelo menos cinco vezes na semana. “Como eu e minha esposa trabalhamos, não sobra tempo para cozinhar. A gente toma o café juntos em casa e o almoço de segunda à sexta é no restaurante. Tem um próximo à empresa que dá desconto especial para funcionários. Meu prato fica em torno de R$ 19, incluindo a bebida”.
Ele relata que as despesas com alimentação fora de casa são altas, mas que não há outra alternativa. “Já colocamos na ponta do lápis. Por mês, gastamos cerca de R$ 950 do nosso orçamento. A gente sabe que com esse valor daria para fazer um boa compra e ainda sobrava. Mas o que pesa mesmo é a falta de tempo”, finaliza.
Alexandre Duarte é proprietário de um restaurante e conta que o volume de vendas no estabelecimento é crescente desde 2020. “Durante a pandemia o delivery teve aumento de 50%, visto que tivemos que ficar de portas fechadas. Mesmo assim, nosso faturamento superou as expectativas do ano anterior. Em 2021, a situação estava melhor e pudemos receber clientes no espaço físico, mas também não deixamos de fazer entregas. O preço médio de uma refeição custa R$ 25. Acredito que a crise financeira passou longe do setor de alimentação”, relata.
Bares e restaurantes
O Dia das Mães é uma data que aquece o comércio em todo Brasil e promete ser boa também para os bares e restaurantes. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a média de faturamento no setor para o final de semana da data deve aumentar em 30% nas principais capitais brasileiras e se equiparar ao período pré-pandemia. A expectativa de bom resultado é motivada pelo avanço da vacina e pelo fim das restrições impostas.
“O Dia das Mães é a segunda melhor data do ano em relação ao movimento nos restaurantes, ficando atrás somente do Dia dos Namorados. Este ano, a gente está caminhando para o fim da pandemia e das restrições. E isso somado à vacina, gera ainda mais confiança para o consumidor, que deve voltar a encher as mesas dos restaurantes nesse período especial”, afirma o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.