Neste primeiro editorial de 2022 vamos deixar de registrar a história dos acontecimentos de Minas para discorrer sobre a nossa própria biografia. Estamos nos referindo à publicação histórica de 2 mil edições do nosso jornal.
Presente na vida dos mineiros ao longo de quase quatro décadas, esse é um marco para todos aqueles que, em algum momento, fizeram parte dessa jornada que, no dia 24 de junho, completa exatos 40 anos de circulação ininterrupta.
Nosso objetivo sempre foi o de tentar sintetizar os fatos que marcaram todo esse período, desde a eleição democrática do então candidato a governador Tancredo Neves, em 1982, razão precípua de nossa existência. À época, entendíamos que defender o voto livre era uma maneira de contribuir para o retorno da democracia no Brasil depois de 30 anos de regime militar.
Nossa publicação semanal foi uma inspiração do empresário Olavo Antunes e teve no comando o jornalista Artur Luiz Ferreira, que liderava uma equipe de 11 jornalistas. Desses, apenas Eujácio Antônio Silva, editor-chefe, e Neilton Sávio Moreira Dias, repórter fotográfico, permanecem na casa. O primeiro repórter contratado foi o jornalista José Maria Trindade. Atualmente, morando em Brasília e fazendo sucesso no rádio e TV, Zé Maria, como é conhecido, segue no Edição do Brasil como um dos articulistas.
O Edição em toda sua trajetória abordou diversos assuntos, uma de nossas manchetes mais polêmicas tinha o seguinte título: “Operação quebra urna quer inviabilizar o resultado da eleição de Tancredo”. Em 1982, um dos jornalistas que acompanhou de perto essa denúncia foi Gervásio Horta. De acordo com informações daquela época, o grupo opositor, liderado por Eliseu Resende, estava inconformado com a possibilidade de perder o pleito. O tema logo chegou à grande imprensa e diante da pressão sofrida, o que se viu foi a confirmação de Tancredo e Hélio Garcia no comando do estado, a partir de março de 1983.
Outro texto que repercutiu bastante foi a matéria que apontou que a poderosa Itambé estaria usando quantidade excessiva de soda cáustica para “curar o leite” que, diariamente, era vendido nas prateleiras dos supermercados mineiros. O assunto foi parar na Justiça e a empresa acabou tendo que fazer uma nota esclarecendo os fatos e desmentido a denúncia que, naquela oportunidade, não convenceu os consumidores.
Outra questão relevante nas páginas da nossa história foi o fato do Edição ter mostrado, denunciado e comprovado, conforme apontou o próprio Banco Central (BC) que o Mil Banco, pequena instituição financeira da época, dirigida pelo empresário Eustáquio Mesquita, estava ludibriando centenas de clientes, inclusive fornecendo informações falsas ao próprio BC.
Na nossa biografia recente, mais precisamente em 2018, Romeu Zema (Novo), atual governador de Minas Gerais, ainda nem havia divulgado publicamente que seria candidato ao Governo do Estado, quando decidiu conceder entrevista exclusiva ao Edição. Essa foi a primeira vez que o então empresário contou que iria se aventurar na cena política estadual, na qual acabou se saindo vitorioso.
Todas essas e outras narrativas agora fazem parte de nossos arquivos e do caminho seguido pelo Edição do Brasil, que deseja continuar escrevendo a história dos mineiros por muitos mais anos.