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Para tentar driblar inflação, consumidores ajustam gastos

Especialistas aconselham rever gastos e cortar supérfluos para economizar nas despesas | Foto: Divulgação/Internet

 

Ainflação prevista para 2021 deve atingir o patamar de dois dígitos e assusta os brasileiros, impondo cortes, postergando planos e alterando hábitos. Com os preços cada vez mais altos dos itens básicos, como alimentação, gás de cozinha, gasolina e energia elétrica, os consumidores estão sentindo os efeitos no bolso, principalmente, as famílias mais pobres. Nos últimos anos, o poder aquisitivo e a renda diminuíram, enquanto o desemprego subiu e atinge mais de 13 milhões de pessoas. É uma situação complicada, sendo preciso controlar o orçamento para não faltar dinheiro em casa.

Na avaliação do economista e especialista em finanças Ricardo Fonseca, o salário mínimo não acompanha o crescimento do custo de vida. “Certamente, as famílias de menor renda são as mais atingidas. Isso porque a inflação tem sido puxada justamente pelos itens básicos, o que dificulta que elas consigam fazer um ajuste no orçamento”, afirma.

Mesmo com o cenário atual difícil para a maioria dos brasileiros, ainda assim é possível revisar alguns gastos para economizar nas despesas, aponta o especialista. “É presciso avaliar quais itens mais subiram no ano, comparar os gastos atuais com o de meses atrás e verificar os bens que podem ser substituídos por outros mais baratos. São medidas para tomar antes de cortar o consumo de alguma coisa”.

Já na opinião do economista Marcelo Rocha, existem alguns itens que podem ser cortados para dar um fôlego ao orçamento familiar. “Não está na hora de adquirir bens duráveis sem necessidade. As compras por impulso também devem ser evitadas, principalmente, quando for ao mercado ou shopping. Programar-se para ir apenas uma vez a esses estabelecimentos pode ajudar a reduzir as tentações”.

Ele chama atenção para as refeições prontas, muito pedidas pela internet ou aplicativos nesse período de isolamento social. “Elas são mais caras e ainda tem taxa de entrega cobrada pelos restaurantes. Cozinhar em casa pode trazer uma boa economia. Opte também por marcas mais baratas e não se prenda ao status de pagar mais caro em uma mais conhecida. Isso vale também para remédios, use os genéricos ou similares se possível”.

Rocha fala sobre os gastos com água, energia e gás. “Esses não podem ser cortados, mas sim economizados ao máximo. Já serviços de TV por assinatura, internet, streaming e telefonia podem ser cortados por um período. Se decidir por mantê-los, outra dica é entrar em contato com a operadora para negociar os valores e conseguir descontos. É uma forma de reduzir despesas e sem alterar a qualidade de vida da família”, conclui.

Novos hábitos

O consumidor tem preferido manter determinado serviço e cancelar outros ou então fazer uma readequação de planos. É o caso da empresária Cintia Campos. Ela conta que entrou em contato com a operadora para mudar o plano contratado. “Tanto em casa, como no meu trabalho, a internet é indispensável. A TV por assinatura é interessante, mas quase não tenho muito tempo para assistir. Eu estava pagando R$ 249 em um pacote que tinha telefone fixo, internet e a TV. Preferi aumentar a velocidade da minha banda larga e abrir mão dos canais por assinatura. Com isso, consegui economizar cerca de R$ 130 mensais”.

Já para o gerente Saulo Portugal, existem outras despesas mais importantes. “Aqui em casa nós quase não usamos o telefone fixo, então optamos pelo cancelamento para evitar ficar pagando assinatura. O único serviço que temos é duas linhas de celular e a internet, que os filhos usam para trabalhos e pesquisas escolares”. Ele diz que só com o corte do fixo, a redução foi de cerca de R$ 70 por mês. “Eliminamos um gasto e investimos mais em outros, como o lazer do fim de semana e passeios no shopping com a família”, finaliza.