Home > Destaques > Mulheres são mais propensas a problemas cardiovasculares

Mulheres são mais propensas a problemas cardiovasculares

Hábitos saudáveis podem evitar o surgimento dessas patologias | Foto: Canva PRO

As mulheres têm mais probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares do que os homens. Dados do Ministério da Saúde apontam que as chances de elas morrerem de infarto, por exemplo, é 50% maior. Os índices mostram ainda que, no Brasil, 30% das pessoas do sexo feminino falecem em consequência dessas patologias. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que esse tipo de enfermidade seja responsável por um terço de todas as mortes de mulheres no mundo, o que equivale a 8,5 milhões por ano, mais de 23 mil por dia.

O médico geriatra Marco Antônio Félix explica que a OMS caracteriza uma doença cardiovascular como uma designação de todas as alterações patológicas que acometem o coração e os vasos sanguíneos. “Ou seja, pode afetar tanto o músculo cardíaco, como o coração, assim como as artérias e veias. A primeira delas é a hipertensão arterial ou aterosclerose coronariana, patologia isquêmica do coração”.

Ele acrescenta que tem o Acidente Vascular Cerebral (AVC), quando há obstrução das artérias que nutrem os membros inferiores ou superiores; a doença cardíaca reumática, muito prevalente no Brasil; as patologias cardíacas congênitas, além dos processos inflamatórios e infecciosos do músculo cardíaco e das válvulas, como a endocardite, a miocardite e tromboses venosas e arteriais.

Félix ressalta que inúmeros fatores fazem as mulheres serem mais propensas a essas doenças. “O primeiro é que as artérias coronárias delas são de menor calibre, portanto, têm uma possibilidade de maior oclusão. Além disso, na menopausa há uma queda do estrógeno, hormônio que tem um efeito vasodilatador. Com isso, os vasos não dilatam de maneira suficiente. Há também um declínio dos níveis do colesterol do HDL (fator protetor do coração) e há um aumento do LDL”.

Segundo o especialista, tudo isso, contribui para que as artérias femininas fechem com mais frequência do que as dos homens. “Um fator interessante é que o infarto é muito mais frequente neles a partir dos 55 anos e nelas após os 65. Sendo assim, os médicos tendem a ter uma preocupação maior com esse público. De modo geral, por ter uma jornada tripla, as mulheres não são capazes de identificar as queixas relacionadas a doenças cardíacas”.

Hábitos ruins e prevenção

O clínico geral Roberto Debski diz que sedentarismo, tabagismo, alcoolismo e obesidade são os principais fatores responsáveis por uma doença cardiovascular. “A prevenção é a maneira mais efetiva de evitar essas patologias. E isso passa por um estilo de vida saudável, com uma alimentação balanceada e equilibrada, livre de excessos de gordura saturada, produtos refinados e exagero de carboidratos. Além disso, a prática de atividade física regular e o gerenciamento do estresse ajudam a prevenir esses problemas”.

A manicure Paloma Duarte aprendeu a lição após sofrer um princípio de infarto aos 59 anos. “Foi de repente. Senti uma dor muito forte no peito e uma sensação de falta de ar horrível. Achei que iria morrer. Fiquei internada por duas semanas, precisei fazer um cateterismo e, hoje, tomo 9 medicamentos diferentes. Após o susto, busquei melhorar minha qualidade de vida. Iniciei com caminhadas e quando fui liberada pelos médicos, entrei na academia, além disso, fui a uma nutricionista que me passou uma dieta. Hoje me sinto melhor em inúmeros sentidos e aprendi que a vida é valiosa no dia em que nasci de novo. Não quero desperdiçar a chance que ganhei”, conclui.