O turismo foi um dos mais impactados pela pandemia de Covid-19. No entanto, com o avanço da vacinação no Brasil e a flexibilização das medidas de isolamento social, as atividades do setor têm sido retomadas gradativamente e dado um alívio aos milhares de empresários e funcionários que atuam nessa área. Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a expectativa é de contratação de 478,1 mil trabalhadores formais entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022.
Em 2020, as contratações do setor diante da crise sanitária de Covid-19 tiveram um saldo negativo de 238,6 mil postos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Neste ano, entre janeiro e setembro, as empresas do segmento já haviam registrado um saldo positivo de 167,53 mil vagas formais.
De acordo com o economista da CNC e responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, deste total, 81,7 mil atenderão à demanda da alta temporada, com vagas temporárias. “As admissões devem ocorrer em todo o território nacional, mesmo em cidades que não costumam receber grandes quantidades de turistas. Basicamente é no Brasil inteiro, porque mesmo onde não há destinos turísticos conhecidos, como alguns estados do Norte e Centro-Oeste, o setor de alimentação fora do domicílio vai atender ao turista e aos residentes. Claro que isso tende a se concentrar nas regiões de maior fluxo de visitantes, como o Sudeste”, explica.
Tradicionalmente, Bentes afirma que o segmento que mais oferece oportunidades temporárias nessa época do ano é o de bares e restaurantes. “Este deverá responder por 77,5% ou 63,40 mil das oportunidades a serem geradas. Outro que costuma se destacar é o de hospedagem, ofertando, historicamente, nesse período, a quase totalidade (97,2%) das suas vagas temporárias ao longo de doze meses. Para a alta temporada 2021/2022, esse segmento deverá representar 13,8% (11,26 mil) do total de empregos criados no turismo”.
Ainda de acordo com dados da CNC, a projeção é de que as atividades turísticas faturem R$ 171,9 bilhões ao longo da próxima alta temporada. Do ponto de vista das ocupações, os principais profissionais demandados devem ser recepcionistas (14,49 mil vagas), cozinheiros e auxiliares (8,09 mil), camareiros (7,30 mil), garçons (4,76 mil) e auxiliares de lavanderia (7,76 mil). Em relação aos estados que devem registrar o maior número de contratações estão: São Paulo (23,49 mil vagas), Rio de Janeiro (10,34 mil) e Minas Gerais (7,43 mil).
Para o presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Alexandre Sampaio, o início da primeira alta temporada após a adoção das medidas de flexibilização não apenas gera expectativas positivas, mas ajuda a definir o andamento da economia brasileira. “Esse período costuma concentrar até 44% da receita anual, frequentemente fazendo a diferença entre um ano positivo ou negativo para as empresas do setor, especialmente para os micro e pequenos estabelecimentos”.
Direitos do temporário
O contrato de trabalho temporário é aquele em que o trabalhador é admitido para atender à necessidade de substituição provisória de algum empregado ou em razão de demanda complementar de serviços. É regulado pela Lei 6.019/74, com alterações legislativas pela 13.429/17 e pelo Decreto 10.060/19. As empresas podem contratar temporários por um período de 180 dias, podendo ser prorrogado por mais 3 meses. Depois desse prazo, o trabalhador só poderá ser contratado novamente como temporário 90 dias após o término do contrato.