O turismo se destaca como um dos setores mais prejudicados pela pandemia de COVID-19, sendo o primeiro a paralisar as operações e causando prejuízos em toda cadeia de serviços. Muitos negócios precisaram se adaptar para não fechar as portas. Em Juiz de Fora, cidade da Zona da Mata Mineira com quase 600 mil habitantes, a situação é a mesma vivida em outras regiões do Brasil. Hotéis e pousadas vazios, bares e restaurantes pouco movimentados, sem festas, eventos ou atividades culturais.
Agora, o segmento está retomando gradativamente, tendo em vista o avanço da vacinação e a redução no número de mortes por COVID-19. Em entrevista exclusiva ao Edição do Brasil, o secretário de Turismo da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), Marcelo do Carmo, detalha as ações da pasta para fomentar o setor na cidade.
De acordo com ele, uma das primeiras condutas foi a criação do Fórum Permanente para a Retomada do Turismo. “Em meados de abril deste ano não sabíamos ainda os rumos que a pandemia iria tomar, mas precisávamos começar a pensar num possível retorno do segmento, que estava quebrado e sem perspectiva. A ideia do fórum é preparar a cidade para a recuperação do turismo no período pós-pandemia. Um dos principais objetivos é discutir ações que façam de Juiz de Fora um destino reconhecidamente seguro, oferecendo produtos turísticos bem formatados e melhores experiências ao visitante”, destaca.
O secretário também menciona o programa “Juiz de Fora Viva – Cidade em Movimento”, lançado em setembro e que prevê a retomada total das atividades sociais e econômicas no município. “Ele abrange os espaços culturais e eventos que estavam parados por conta da COVID-19. O plano é um dos mais permissivos do Brasil e possui três etapas, condicionado ao cenário epidemiológico favorável e ao avanço da cobertura vacinal da população. Assim, todos os estabelecimentos ligados ao turismo podem funcionar. Para eventos de qualquer natureza, o espaço poderá operar com 60% da sua capacidade e é requerido o esquema vacinal completo. A pessoa terá que ter tomado as duas doses ou a dose única há pelo menos 14 dias. Para espaços culturais em ambientes fechados e pontos turísticos com controle de acesso, o esquema vacinal deve estar em dia”.
Ele esclarece que Juiz de Fora está na primeira etapa do programa, condicionada à vacinação de 40% da população. “Já estamos com pouco mais de 52% de imunizados. Além disso, os protocolos de segurança sanitária devem ser respeitados, tais como distanciamento social de 1,5 metro, higienização com álcool em gel e utilização de máscara. A segunda fase exige alcançarmos a vacinação de 70%, quanto à terceira, será preciso chegar a 85%. A comprovação de imunização contra a COVID-19 pode ser feita pelo aplicativo Conecte SUS ou por cartão de vacinação impresso, ambos acompanhados de documento com foto”.
Entre outras ações, o secretário de Turismo acrescenta a inauguração do “Espaço Cidade”, primeiro ponto de informações de serviços da PJF e também da programação turística e cultural. “Ele vai funcionar na Avenida Rio Branco, ao lado do Parque Halfeld. A finalidade é valorizar os atrativos e aspectos identitários de Juiz de Fora. O nome é uma homenagem ao extinto Museu da Cidade, que funcionou até a década de 1980 no mesmo local. Será um espaço dinâmico e democrático, conduzido pela Funalfa e as secretarias de Turismo (Setur) e de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo, da Inovação e Competitividade (Sedic)”.
Este ano, haverá ainda a reabertura do Parque Municipal, que fica localizado no antigo Sesc Pousada. “Também vamos inaugurar os jardins do Museu Mariano Procópio (Mapro) que, apesar de ser uma ação e gestão da Funalfa, esbarra no turismo da cidade. Lançaremos o projeto “Bar na Rua”, que objetiva trazer parte do público para a área externa do estabelecimento”. Por último, Marcelo fala sobre os roteiros turísticos. “O processo já está em andamento e é bastante difícil a sua criação, uma vez que possui diversos detalhes. A intenção é lançar até o início de 2022. O grupo de trabalho (GT) ‘Roteirização’ já possui roteiros sugeridos e priorizados. São eles, os Caminhos da Gastronomia; das Cervejas Especiais; Radicais – esporte e aventura; da Roça; da Arquitetura e Patrimônio. Há ainda a Rota ‘Estrada União Indústria’, talvez o projeto mais ambicioso, pois envolve outras cidades”, reforça.
O secretário salienta que o desenvolvimento do turismo está muito ligado ao aumento da taxa de ocupação hoteleira. “Nós estamos trabalhando com a meta de elevar essa taxa em 20% ao ano a partir de 2022. Espera-se que fluxos intrarregionais de turistas cresçam mais rapidamente em relação a viagens de longa distância e que possivelmente as regiões que foram mais bem-sucedidas no controle da pandemia convertam esse fato em uma espécie de selo que verifica a qualidade. Certamente, o turista buscará cidades ‘seguras’ para suas viagens”, finaliza.