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Faturamento da mineração cresceu 98% e alcançou R$149 bilhões

Foto: Dominik Vanyi/Unsplash

 

“Resiliência” é a palavra escolhida pelo diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Flávio Penido, para descrever o desempenho do setor mineral durante a pandemia da COVID-19. Dados do instituto apontam que, no primeiro semestre de 2021, o segmento registrou alta de 98% no faturamento em relação ao mesmo período de 2020, alcançando R$ 149 bilhões.

“O balanço da mineração brasileira para 2020 mostrou que o setor permaneceu resiliente durante a COVID-19, evidenciando sua importância para a economia. Em 2020, o saldo comercial de minérios contribuiu com 64% do saldo comercial brasileiro. Recolheu aos cofres públicos, em plena pandemia, R$ 72 bilhões, mais do que em 2019, que foi de R$ 53 bilhões. Além disso, ao continuar operando, a indústria manteve e até criou empregos e também proporcionou oportunidades de negócios para milhares de empresas das cadeias produtivas. Em Minas, observamos aumentos expressivos no faturamento do setor, nas exportações, na arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) e na geração de empregos”, afirma Penido.

Em evento do Ibram, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, falou sobre as razões da alta na mineração. “O sólido desempenho do setor mineral vem sendo favorecido por uma conjuntura de alta do dólar e reaquecimento da demanda internacional e a valorização dos preços dos minérios”, explicou na ocasião.

Números de Minas

Dado a história e a diversidade do solo, Minas Gerais concentra os principais números da mineração no país. O estado tem a maior quantidade de minas e unidades produtoras em operação: 3.399. Dos 15 principais municípios mineradores do Brasil, 12 são mineiros.

Devido a essa estrutura, no ano passado, as exportações de minérios no estado ocuparam a segunda posição no Brasil, atingindo o valor de US$ 13 bilhões (35% do total nacional). O saldo da balança comercial mineral de Minas somou US$ 12,1 bilhões, o que corresponde a 37% do total do país. Só no primeiro semestre de 2021, as exportações minerais daqui somaram 70,5 milhões de toneladas, cerca de 40% do total brasileiro.

Em 2020, a arrecadação da CFEM em Minas Gerais foi de R$ 2,4 bilhões, equivalente a 39% do montante. A estimativa do Ibram é que R$ 1,5 bilhão foi repassado aos cofres dos quase 500 municípios onde ocorreu a produção mineral. No primeiro semestre de 2021, a arrecadação do imposto foi de R$ 1,95 bilhão (43,7% do total).

“A grande diversidade geológica é um dos diferenciais do estado na mineração brasileira. Essa variedade mostra um amplo potencial de produção de recursos minerais, abrangendo bens como: ferro, ouro, alumínio, manganês, zinco, nióbio, lítio, água mineral, rochas ornamentais e de revestimento, gemas, diamantes, argilas, areia industrial, calcário, grafita, feldspatos, fosfatos e agregados para construção civil. Dentre todas as commodities, o minério de ferro tem lugar representativo na produção do estado, além do ouro”, destaca Penido.

R$ 6 bilhões até 2026

Segundo dados do Ibram, o segmento deve receber investimentos de US$ 38 bilhões entre os anos de 2021 a 2025. Esse valor será distribuído, principalmente, para Bahia (35%), Minas Gerais (28%) e Pará (23%).

Uma das empresas que volta a investir capital em Minas é a Gerdau. A produtora de aço anunciou um plano de investimento de R$ 6 bilhões no estado até 2026. A estimativa da companhia é que o aporte gere cerca de 6 mil vagas de emprego diretos e indiretos.

Dois importantes investimentos na ampliação da produção de aço vão ocorrer em Ouro Branco, onde a empresa possui sua principal usina. A unidade terá a capacidade anual de produção de bobinas a quente ampliada em 250 mil toneladas/ ano, com o começo previsto para início de 2024.

O grupo também ampliará a fabricação de perfis estruturais em 500 mil toneladas/ ano, dobrando a atual capacidade, e com início projetado para 2025. O investimento bilionário tem como objetivo atender a crescente demanda dos setores consumidores destes produtos no Brasil e na América Latina.

“A nova capacidade de bobinas a quente nos permitirá entregar, cada vez mais, aço com maior valor agregado aos nossos clientes. Por sua vez, o adicional de perfis estruturais, segmento no qual somos pioneiros no Brasil desde os anos 2000, está alinhado à nossa estratégia de desenvolvimento da indústria de construção metálica, contribuindo para uma maior produtividade dos segmentos imobiliário, industrial e de infraestrutura”, comentou Marcos Faraco, vice-presidente da empresa.