Uma pesquisa eleitoral sobre o governo de Minas, realizada semana passada, pelo DataTempo/Cp2, destacou a liderança por parte do governador mineiro Romeu Zema (Novo), o colocando como favorito na disputa à reeleição. No entanto, esse resultado parece não ter assustado seu principal adversário: o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD). Pelo menos, é essa a informação de bastidores. Até porque, segundo o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Agostinho Patrus (PV), existem outras sondagens sendo feitas por institutos diferentes e que comprovam o bom desempenho do atual prefeito.
Aliás, no que se refere a Patrus, na bolsa de apostas na capital mineira e em Brasília, o nome dele é o mais evidente para se tornar candidato a vice de Kalil na disputa pelo Palácio Tiradentes. Essa informação não é nova, mas tem sido difundida constantemente, inclusive por pessoas próximas ao pessedista.
Simões e Zema
A informação indicando que o atual secretário-geral do Governo e ex-vereador, Mateus Simões (Novo), pode ser credenciado a compor chapa como vice de Zema não chega a causar estranheza. Fiel escudeiro do governador, o secretário deve estar interpretando o estatuto do Novo, afinal, a sigla não aceita fazer coligações para as disputas eleitorais. A única exceção é no caso dos partidos coligados optarem por não usar recursos do fundo eleitoral. Sabe-se da pretensão de Zema em mudar essa realidade estatutária, o que, até o momento, ainda não aconteceu. “Assim, se tratando de um projeto político ‘puro-sangue’, Simões, efetivamente, pode ser o nome escolhido”, confessa um deputado próximo ao governo.
No que diz respeito ao atual líder governista na ALMG, o deputado Gustavo Valadares (PSDB), esquiva-se de comentar o tema relacionado à sucessão. “Isso, por enquanto, seria jogar conversa fora. Vamos deixar janeiro chegar para discutir esse assunto”, afirma o parlamentar.
Avaliando as opções dos eleitores, jornalistas e cientistas políticos inclinam em não levar muito a sério as pesquisas divulgadas até agora. Para eles, não pode haver sondagem sem que existam candidatos formais ao pleito para 2022. Segundo esses especialistas, os nomes propalados, indiscutivelmente, podem sofrer mudanças até o último instante. É aquela velha história, pesquisa é o retrato do momento.
Outro cenário
Para além de Zema e Kalil, a configuração pode ser outra se o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), aceitar ser a terceira via para o Palácio do Planalto. O seu nome vem sendo trabalhado pelo deputado Aécio Neves (PSDB) e pelo presidente do PSD nacional, Gilberto Kassab.
Não é novidade a aproximação de Pacheco com o grupo do prefeito da capital mineira. E isso indica que a sucessão ao governo terá um período fértil de discussões e sugestões nos próximos 6 meses, mas tudo se resumirá em meras especulações até o primeiro trimestre do próximo ano.
Até porque, o governo de Minas vai ser cobrado de maneira enfática por sua falta de investimentos em programas sociais, especialmente nas grandes cidades do estado.
Aliás, semana passada, 300 integrantes do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas ocuparam um prédio na Rua da Bahia, região Centro-Sul de Belo Horizonte e, também, começaram a ir para as ruas alegando “falta de política habitacional e a venda do patrimônio público pelo governo Zema”. No entanto, os especialistas lembraram que os partidos de esquerda e grupos de oposição ao Palácio Tiradentes irão turbinar exatamente essas demandas. Como se sabe, o processo contém uma dose de ideologia política, não se tratando, exclusivamente, de uma pauta reivindicatória.