A recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), determinando a anulação de um processo contra o ex-governador Eduardo Azeredo trouxe uma revelação importante: apesar dos percalços, ele não perdeu o prestígio e o poder de articulação junto às lideranças nacionais e estaduais. Azeredo recebeu apoio, principalmente, de líderes políticos e partidários do interior de Minas. Inclusive, já existe um movimento no sentido de incentivá-lo a retornar à vida pública, mas, por enquanto, o político pretende usar a sua sobriedade e equilíbrio para superar os tempos de “injustiça”.
Entenda o caso
Segundo entendimento do STF, a justiça comum não deveria ter sido a responsável por julgar o caso. O processo vai ser enviado à Justiça Eleitoral para procedimentos finais. Segundo a decisão da Corte, a determinação é uma declaração da incompetência da justiça mineira para julgar as ações de omissão de doações, que são comuns em campanhas políticas.
A decisão do relator do processo, ministro Gilmar Mendes, foi corroborada pelos ministros do STF, Kassio Nunes Marques e Ricardo Lewandowski. O ministro Edson Fachin foi o único a divergir. Já a ministra Cármen Lúcia se declarou impedida de participar do julgamento.
O relator e seus pares destacaram que casos de doações eleitorais são atribuições da Justiça Eleitoral. Assim, todas as decisões da justiça comum, tanto da primeira e segunda instância, estão anuladas.
Tempo de justiça
As informações indicam que o ex-governador recebeu a notícia de Brasília com muita serenidade. “A decisão restabelece o que deveria ter acontecido. Foi uma questão eleitoral ocorrida em 1998, período em que eu estava em campanha e, ainda, voltado para a administração e gestão de Minas Gerais. Não fui responsável pela arrecadação de recursos questionada, como foi provado pela minha defesa”, afirmou Azeredo. Repetidamente, ele alegou inocência. Em certa ocasião declarou: “Só Deus sabe o que eu e minha família padecemos com a injustiça cometida contra mim”.
A partir de agora, Azeredo já está, perante a lei, liberado para pleitear qualquer cargo político, uma vez que exerceu o cargo de prefeito de Belo Horizonte, deputado federal e senador da República.
Registra-se ainda que, no decorrer da semana passada, personalidades de todos os estados entraram em contato para felicitá-lo sobre a decisão do STF de inocentá-lo das amarras de um processo que, efetivamente, mudou o curso de sua vida pública. Indagado pela imprensa, Azeredo ponderou: “O momento é de reflexão para depois haver uma tomada de posição”, disse