O quinto mês do ano é escolhido para conscientizar à população a respeito de doenças inflamatórias intestinais (DII). A campanha Maio Roxo é realizada pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia e visa informar sobre o tema e estimular o diagnóstico precoce.
No Brasil, as patologias inflamatórias intestinais mais comuns são a doença de Crohn, que afeta o revestimento do trato digestivo; e a Retocolite Ulcerativa Inespecífica (RCUI), enfermidade crônica inflamatória do cólon (intestino grosso).
A coloproctologista Cristiane Koizimi explica que sintomas como diarreia, acompanhada de muco e sangue com vários episódios durante o dia, dor abdominal, emagrecimento e fraqueza precisam de atenção.
Ela afirma ainda que não existem exames específicos para diagnóstico das DII. “É necessário uma análise especializada, na qual avaliamos o histórico clínico do paciente. Além disso, exames endoscópicos devem ser feitos, como a colonoscopia e a endoscopia digestiva alta. O especialista pode pedir também uma tomografia do abdome e exames de sangue e fezes, como o PCR e a calprotectina fecal”.
Após o diagnóstico, ela acrescenta que é fundamental um acompanhamento médico. “Este deve ser feito por um gastroenterologista ou coloproctologista para melhorar a qualidade de vida e diminuição das complicações da doença”.
O administrador Paulo Gouveia tem feito isso desde que descobriu ter a doença de Crohn. Ele recorda que apresentou sinais leves, mas persistentes e que, por isso, decidiu buscar um especialista. “Após alguns exames, foi constatada a patologia. O médico me explicou que, com cuidados específicos, tudo ficaria bem. Entendi meu diagnóstico como um convite para melhorar de vida, afinal, uma hora nosso organismo sente nossos maus hábitos”.
Após ser medicado e iniciar o tratamento, ele também começou a fazer exercícios físicos e a ter uma reeducação alimentar. “A ponta do iceberg para minha melhora foi a terapia. Minha qualidade de vida melhorou 100% desde então”.
Diagnóstico
A especialista elucida que, assim como Paulo fez, é importante buscar auxílio médico. “Nem sempre os sinais vêm de forma leve. Às vezes, essas doenças podem já se apresentar de maneira muito grave. Com isso, há risco de internação prolongada, necessitando ir para o CTI ou fazer cirurgia”.
Ela complementa que os pacientes portadores da doença de Crohn, por exemplo, têm risco aumentado de necessitar de cirurgias durante a vida. “O não acompanhamento adequado pode elevar o risco de câncer colorretal. Hoje, sabemos que a melhor prevenção de câncer, nos pacientes portadores de DII, é manter a mucosa intestinal cicatrizada por meio do tratamento e vigilância adequados. É por isso que a campanha Maio Roxo é tão importante”, conclui.