C onsiderado um serviço essencial, o setor supermercadista mineiro não parou de funcionar durante a pandemia de COVID-19 e registrou crescimento médio de 10,97% nas vendas em 2020, chegando ao faturamento de R$ 41,39 bilhões, segundo dados de uma pesquisa realizada pela Associação Mineira de Supermercados (Amis). No ano passado, o ramo também manteve os investimentos em expansão e inaugurou 69 lojas no estado.
Para o presidente executivo da Amis, Antônio Claret, ao longo do ano, os supermercados foram um dos poucos setores a permanecerem abertos ao público. “Eles desempenharam papel fundamental no atendimento ao cliente e como um dos segmentos que mais contribuíram para evitar um impacto negativo ainda maior na economia do país”, explica.
Ele reforça as mudanças provocadas no dia a dia do consumidor por conta do coronavírus. “Devido ao isolamento social, o consumo durante o dia, que antes ocorria fora, veio para dentro das residências. Adultos em home office ou, em muitos casos, desligados do trabalho e crianças sem escola elevaram o volume de compras das famílias, especialmente em itens da cesta básica e produtos de higiene pessoal e limpeza doméstica”.
Entre os principais fatores que contribuíram para o crescimento nas vendas, Claret cita o e-commerce, que ganhou muito espaço no setor em 2020. “Muitos consumidores optaram por ficar em casa e fazer as compras por meios digitais, e os supermercados responderam bem a essa demanda. O auxílio emergencial pago pelo governo federal também foi preponderante no aumento da demanda ao propiciar acesso a mais itens da cesta de compras a um número maior de clientes”.
No entanto, apesar de ter tido alta nas vendas e uma forte demanda, o ramo foi fortemente afetado pelos custos tanto de produtos quanto de insumos. “Os supermercados também precisaram se adequar a vários protocolos e adquirir equipamentos e itens de cuidados com a saúde para clientes e colaboradores. Dessa forma, tivemos aumento de vendas, mas os resultados não acompanharam essa evolução, já que a pressão dos preços, principalmente da cesta básica, achatou ainda mais as margens do setor”, afirma Claret.
Investimentos em expansão
Mesmo diante das dificuldades enfrentadas durante o ano passado, foram inaugurados 69 estabelecimentos do ramo no estado. O investimento nesses novos empreendimentos totalizou R$ 660,85 milhões. Entre os formatos, as lojas de vizinhança tiveram a maior expansão, com a abertura de 41 unidades dos mais diversos portes. Em seguida, vem o atacarejo, com 20 novas unidades.
O número de lojas e o total investido estão ligeiramente abaixo do que foi projetado pela Amis no começo de 2020, que eram de 75 novas unidades, com recursos de R$ 700 milhões. “Mas o resultado é relevante. Em alguns momentos, a execução do planejamento de início de ano precisou ser substituída pelo foco no atendimento e na atenção à segurança e à saúde de clientes e colaboradores, além do cumprimento de protocolos para evitar a disseminação do coronavírus. Porém, o setor manteve a maior parte dos investimentos previstos”, avalia.
Projeções para 2021
A estimativa é que 70 lojas sejam abertas durante o ano, com a geração de 7,3 mil empregos diretos. Se confirmados esses investimentos, até o final de 2021, o setor terá investido R$ 720 milhões em novos empreendimentos. Com a chegada da vacina a toda a população e seus reflexos positivos na economia e a volta do auxílio emergencial, o setor projeta um crescimento de 4,20% ao ano.
“Essa projeção reflete a melhora da confiança dos empresários do setor por conta da vacinação e também pelas novas lideranças no Congresso Nacional, com a maior possibilidade de votação das reformas. A sinalização do governo para a volta do auxílio emergencial, ainda que em parte, também é muito bem-vinda. A nossa crença é de que o país volte a se desenvolver”, conclui.