Anualmente, várias campanhas nacionais de conscientização sobre a importância de se conhecer o câncer de mama são promovidas. Contudo, muitos brasileiros ainda desconhecem a doença que também acomete homens, apesar de acontecer na proporção de um caso masculino para cada cem casos femininos. A desinformação leva a pessoa a postergar os cuidados com a própria saúde, impossibilitando um diagnóstico precoce do câncer de mama e reduzindo as chances de cura.
O câncer de mama é um tumor maligno que também pode se espalhar para outras áreas próximas no tórax e até para outros órgãos (metástase). Os sintomas masculinos mais comuns são nódulo ou endurecimento de parte da mama, geralmente sem dor; mamilo retraído; dor em determinada área da mama – acompanhada ou não de inflamação local; pele enrugada, ondulada, retraída ou avermelhada e saída de sangue ou líquido pelo mamilo, entre outros.
O câncer de mama no homem pode ter origem em herança familiar, como por exemplo, a mutação do gene BRCA2 ou pela anomalia genética “Síndrome de Klinefelter”. A idade avançada, aumento de hormônio feminino (estrogênio), exposição à radiação, doenças do fígado, do testículo, alta ingestão de álcool e obesidade são outras causas do tumor entre eles.
O homem com mutação no gene BRCA 2 tem de 5% a 10% de chance para desenvolver o câncer de mama, pois esse defeito reduz a capacidade de fazer reparos genéticos, causando a proliferação de células alteradas que provocam o surgimento do câncer, tanto na mama quanto na próstata.
A síndrome de Klinefelter é uma alteração genética em pessoas sem tendência familiar. O homem que nasce com essa síndrome tem quase 20 vezes mais chances de desenvolver o câncer de mama, porém esse risco é ainda menor que o desenvolvimento de câncer de mama nas mulheres em geral.
Diferentemente delas, o homem não precisa fazer exames regulares de mamografia. Contudo, deve consultar um mastologista em casos de alterações. O diagnóstico do câncer de mama masculino é feito a partir de exame clínico das mamas, exame de imagem (mamografia e/ou ultrassom) e da biópsia da lesão.
O câncer de mama masculino também é tratado cirurgicamente, na maioria dos casos, com a retirada da mama (mastectomia). O tratamento do câncer também pode implicar na necessidade de quimioterapia, hormonioterapia (já que em 90% das ocorrências existem receptores de hormônio estrogênio presentes na lesão) e radioterapia.
O diagnóstico do câncer de mama entre eles, em geral, é feito em idade média de cinco a 10 anos superior que entre elas, sendo quase sempre encontrado em estágio mais avançado. O câncer acomete homens mais velhos e com a doença mais adiantada, portanto, com menor chance de cura. Por outro lado, se o câncer de mama masculino é descoberto em fase inicial, a chance de cura é praticamente a mesma dos casos femininos.
A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) faz duas recomendações para eles: consultar um médico mastologista, em caso de alterações na mama e sempre informar a existência de casos anteriores de câncer de mama na família.
*Annamaria Massahud
Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Minas Gerais
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