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Paulo Brant pode trocar de grupo político para as eleições de 2022

Apesar de não haver nada explícito, boatos de bastidores indicam que há um afastamento político entre vice-governador Paulo Brant e Romeu Zema (Novo). Se esse “disse me disse” procede, o tempo se encarregará de esclarecer, mas uma coisa é real: Brant simplesmente saiu de cena e ainda não se sabe qual motivo o levou a fazer isso.

A especulação mais recorrente para esse afastamento do vice-governador indica que há uma tensão entre ele e integrantes do Partido Novo, sendo que a saída do ex-secretário de Governo, Bilac Pinto, foi o estopim para por fim ao bom relacionamento. A partir disso, Brant desfiliou-se do partido e se afastou do governador e da coordenação política.

Sempre sereno, o governador Zema, em momento algum, teceu qualquer comentário sobre esse possível atrito com seu companheiro. No entanto, nos bastidores, já se desenha a possibilidade de Brant procurar um novo rumo para seu futuro político, pois, na opinião de algumas pessoas próximas, o cargo de assessoramento direto de Zema é muito hermético. Por isso, restaria a ele procurar “novos voos”, o que pode representar uma aliança com outros grupos e partidos políticos, principalmente, para o pleito de 2022.

Exemplos que deram errado

Política é a arte do diálogo, por isso, qualquer desentendimento pode ser resolvido e repensado, até porque são muitos os exemplos de grupos divididos e que acabaram sucumbindo. Basta ver o resultado eleitoral do último pleito. O então governador Fernando Pimentel (PT) só teve paz para governar nos 2 primeiros anos. A partir de então, o seu vice-governador, Antônio Andrade (MDB), articulou para derrubar o chefe do Executivo, fazendo reuniões em seu partido ou visitas à Brasília, tentando acelerar o processo de cassação de Pimentel. Além disso, volta e meia, Andrade fazia declarações fortes junto à imprensa, cujo pano de fundo era desgastar o ex-governador.

Para completar essa divisão de poder, o deputado Adalclever Lopes, presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais e filiado ao mesmo partido do vice-governador, o MDB, também resolveu partir para um projeto político audacioso. De tanto pressionar, terminou sendo candidato a governador.

Resumindo: Pimentel foi derrotado em sua tentativa de se reeleger; Antônio Andrade sequer conseguiu voltar a Câmara Federal, mesmo sendo então vice-governador; e o parlamentar Adalclever Lopes obteve uma das mais sofridas votações para o cargo de governador de que se tem conhecimento nos últimos anos.

Aécio e Anastasia

Também no mesmo pleito de 2018, o grupo do ex-todo-poderoso senador Aécio Neves estava com a barriga no chão diante das denúncias envolvendo o tucano mineiro e a operação Lava Jato. Mesmo assim, o seu grupo decidiu patrocinar a candidatura de seu colega de Senado, Antonio Anastasia (PSDB).

Diante de tamanha audácia política, os eleitores mineiros negaram os tucanos, afinal, a situação era de tal ordem constrangedora que o próprio padrinho, Aécio, não pode aparecer ao lado do afilhado Anastasia.

Resultado: no segundo turno daquele pleito, o imbatível Anastasia não passou de míseros 30% dos votos, levando Zema ao governo de Minas com o maior percentual de votos válidos de toda história do estado.