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Distanciado de Doria, Planalto pode buscar mais apoio de Zema

Em Brasília, os jornalistas especulam sobre diversos assuntos relacionados à política. Afinal, é essa a rotina mais comum dos profissionais que fazem plantão na sala de imprensa da Câmara Federal.

Entre as informações que circulam por lá, uma delas chamou atenção ao sugerir que o governador Romeu Zema (Novo) tenha um canal direto de comunicação com o presidente Jair Bolsonaro (PSL), pois isso poderia ajudar bastante nas demandas mineiras junto ao governo federal.

Na avaliação dos comunicadores, ao Palácio do Planalto interessaria uma parceria estratégica com Minas diante da ferrenha oposição que Bolsonaro vem recebendo do governador de São Paulo, João Doria (PSDB). “É uma oportunidade única de isolar Doria e a chance para Zema demonstrar um protagonismo político”, disse um deputado mineiro, que preferiu não se identificar, por ser da oposição.

Interlocutor qualificado

Em Belo Horizonte, alguns políticos ouvidos pelo Edição do Brasil consideram que esse maior espaço dado a Zema seria um reconhecimento que, mesmo no ápice da crise financeira estadual, o governador mineiro continua com bons índices de popularidade.

E o deputado federal Bilac Pinto (DEM), agora atuando como secretário de Governo, pode ser um nome credenciado a se inserir neste contexto de uma nova era do relacionamento entre Brasília e Belo Horizonte. Experiente parlamentar, Bilac tem apoio de pessoas influentes na Corte, inclusive do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). Acima de tudo isso, tem ainda o vice-governador, Paulo Brant (Novo), também de família tradicional na política mineira e que, por sua experiência de executivo internacional, pode ser outro auxiliar de Zema nessa empreitada.

Em verdade, Zema terá de se desdobrar politicamente nos próximos meses, pois precisa manter viva a chama de novos acordos com Brasília, sem se esquecer que o projeto de reestruturação do estado, a caminho da Assembleia, vai ser uma espécie de tsunami capaz de complicar ainda mais o relacionamento dele com os parlamentares estaduais. Existem aliados moderados, a exemplo do Gustavo Valadares (PSDB) que, em sua opinião, confirmar haver a necessidade de reforma do estado. Do contrário, a crise não será debelada. Por seu turno, o petista André Quintão, do alto de sua experiência, diz que o governador está querendo uma reforma que vai prejudicar, essencialmente, os funcionários públicos. Sendo assim, o assunto deverá ser analisado com muito cuidado, mas a tendência é bater de frente contra a aprovação dessa matéria. O mais prudente é esperar para saber exatamente qual é a pretensão do Executivo mineiro sobre essa pauta.

Considerado um dos mais bem preparados parlamentares mineiros, o emedebista Sávio Souza Cruz é avaliado nos bastidores da Assembleia como o mais cauteloso na hora de analisar as sugestões dessa propalada reforma. No entanto, por lá, todos sabem de uma realidade: se ele mantiver a oposição contrária, vai dar um enorme trabalho para os governistas de plantão.