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Em 6 meses, pequenas empresas geraram 79% dos empregos em Minas Gerais

Isoladas, elas parecem pequenas e modestas empresas. Com ar de pouca pretensão, ficam espalhadas pelos bairros e centros das cidades e, principalmente, nas áreas rurais do estado. Entretanto, quando unidas, as 823.956 Micro e Pequenas Empresas (MPE) são a base da atividade econômica mineira. E, durante todo o primeiro semestre deste ano, sustentaram a geração de empregos em Minas.

De acordo com levantamento feito pelo Sebrae Minas, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o saldo de postos de trabalho gerado pelas MPE mineiras é quase quatro vezes maior que o das Médias e Grandes Empresas (MGE).

Nos seis primeiros meses do ano, o saldo, número medido a partir da diferença entre contratações e demissões, nas MPE do estado foi de 67.083 vagas (79%), enquanto que nas MGE foi de 17.649 vagas (21%). Comparado ao mesmo período no ano passado, o índice atual é 2% maior. “É uma recuperação lenta, mas temos que lembrar da importância dos pequenos negócios na nossa economia. 99% das empresas formais de Minas são MPE, o que corresponde a 61% dos empregos gerados no estado”, explica Gabriela Martinez, assistente do Sebrae Minas.

Os setores de agropecuária, extração vegetal, caça e pesca são os que apresentaram os melhores desempenhos com saldo de 27.601 vagas, seguido pelo setor de serviço, com 26.604 postos de trabalho. Juntos, eles foram responsáveis por 80% do resultado do primeiro semestre do ano. As atividades que tiveram melhores resultados no período foram: trabalhador do cultivo de café (saldo de 2.889 vagas), trabalhador volante da agricultura (2.739 vagas) e servente de obras (1.291 vagas).

De acordo com os dados do Caged, no primeiro semestre, o comércio foi o único a registrar saldo negativo, considerando todos os portes de empresas, com -5.913 vagas.

Gabriela explica que as MPE funcionam como um termômetro para economia. “Se o cenário econômico está ruim, elas vão sentir mais rápido e podem até fechar as portas. As médias e grandes, por outro lado, suportam melhor as variações da economia. Portanto, as MPE’s estarem contratando é um sinal positivo, porque como ela reage ao cenário econômico, quer dizer que, de alguma forma, ele está melhor”, diz.

Perfil e região
Pelo estado, as MPE das regiões Sul e Centro de Minas, de janeiro a junho, somaram o saldo de 30.419 vagas, 45% de todo o resultado obtido. Já os pequenos negócios da região do Jequitinhonha e Mucuri foram as que tiveram o menor saldo de emprego (1.245 vagas) no período.

As cidades melhor posicionadas no ranking do saldo de empregos das MPE’s foram: Belo Horizonte (2.647 vagas), Campos Altos (357 vagas), Betim (351 vagas), Uberlândia (295 vagas) e Nova Lima (274 vagas).

Em relação ao perfil dos empregos gerados, 75% eram homens, 57% pardos e negros e 51% tinham o ensino médio completo e/ou superior incompleto.

Adeus crise?
Apesar da situação apresentar uma leve recuperação, o país ainda não atingiu as taxas de geração de emprego que tinha antes da crise econômica, que eliminou quase 3 milhões de postos de trabalho no setor privado. “O saldo de gerado pelas MPE’s no primeiro semestre de 2019 foi o melhor dos últimos cinco anos. A recuperação do emprego que foi perdido nos anos de crise mais intensa tem sido lenta. Não conseguimos voltar ao patamar anterior. Mas, embora esses resultados não estejam dentro do ideal que seria recuperar todas as vagas perdidas, eles são positivos e a expectativa é que a melhora continue”, finaliza Gabriela.