Em política, não pode haver improviso, dizem alguns deputados experientes de Minas. Para acrescentar: quem quiser eleger o governador do Estado, terá de escolher alguém com um perfil que não seja de político profissional.
Os peemedebista se arvoram sobre o tema, sugerindo dois nomes: o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado, que já foi filiado ao partido, mas poderia voltar à sigla. Acontece que ele se nega a ingressar na disputa eleitoral.
Já a outra sugestão recai sobre Josué Alencar. Um fato importante para isso é que, em 2014, na disputa pelo Senado, Alencar conquistou mais de 4 milhões de votos, ficando em segundo lugar. Ele perdeu apenas para o ex-governador tucano Antonio Anastasia, candidato de uma imensa coligação. Para os históricos do PMDB, Alencar se encaixa, perfeitamente, no perfil das exigências do eleitor, pois se trata de um homem de sucesso, um empresário bem mais importante, por exemplo, do que o prefeito de São Paulo que é, hoje, um dos nomes mais badalados pela imprensa nacional. Atualmente, o partido tem o maior número de prefeitos e vereadores em Minas Gerais.
Salvadores da pátria?
As forças políticas ligadas aos movimentos sindicais gozam de um reconhecido espaço, mas o apoio público-partidário para os líderes desse segmento não ofereceria chances de voos mais altos. Se muito, Beatriz Cerqueira, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/MG) e coordenadora geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerias (SIND-UTE), poderia ser eleita deputada federal, mesmo assim, com muito esforço. Por sua vez, os movimentos religiosos, pelo menos desta vez, não irão pressionar por um quinhão mais expressivo no poder, como pleitear uma vaga no Senado ou na própria governadoria.
Além os nomes já disponíveis para a disputa do próximo ano, volta e meia surgem mais citações em relação aos prefeitos de Belo Horizonte e Betim.
Na avaliação de quem entende do assunto, Alexandre Kalil (PHS), prefeito de Belo Horizonte, pode até se revelar um administrador diferenciado, mas seu estilo declarado de “não político” tem se traduzido em uma prática nestes primeiros meses de comando da capital. Segundo uma fonte, ele agrada 5 e desagrada 5 nos meandros políticos. Consequentemente para conquistar apoios importantes, com finalidade de disputar uma eleição majoritária, poderia encontrar obstáculos, inclusive à imensa extensão demográfica e eleitoral de Minas, território com seus costumes e preferências regionais.
Relativamente ao prefeito de Betim, o empresário Vittorio Medioli (PHS), as primeiras sinalizações revelam, de certo modo, tratar-se de um político afável, habilidoso, com possibilidade de ampliar a sua participação na vida pública mineira.
Porém, em relação ao pleito eleitoral de 2018, haveria dois senões: vale a pena renunciar ao pleito, deixando para trás a esperança de seu povo, já que foi eleito prefeito da cidade quando o município estava vivendo, talvez, a sua maior crise? O raciocínio em tese é complementado com mais uma observação: ao abandonar uma administração com tão exíguo período, Medioli também poderia se nivelar um carreirista da política. Por essas duas ponderações e diante do quadro nacional de discretos políticos profissionais, perante o povão, tudo leva a crer que ele, ao prevalecer no cenário atual, reflita melhor sobre a possibilidade dele entrar na disputar para governador de 2022.