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Minas Gerais é o terceiro estado que mais consome pornografia no Brasil

A indústria pornográfica não decepciona “na hora h”: de acordo com dados do Pornhub, portal que funciona como um YouTube de pornografia, o Brasil ocupa a 8ª posição no ranking dos países que mais acessam o site. E, de acordo com números obtidos com exclusividade pelo Edição do Brasil da produtora Brasileirinhas, Minas Gerais (10,32%) é o terceiro estado que mais acessa a página, ficando atrás apenas de São Paulo (29,07%) e Rio de Janeiro (11,18%).

Atualmente, o serviço que produz mensalmente 4 filmes e conta com quase 20 mil assinantes ativos com um ticket médio de R$ 33,51 fatura apenas nessa modalidade R$ 670.200 por mês. Além disso, a produtora também arrecada com o licenciamento de seus produtos.

No site brasileirinhas.com.br, o perfil de pessoas que pagam para ter acesso a esses produtos são 84% de homens e 16% de mulheres, sendo que 45% dos usuários estão entre 18-24 anos; 28% entre 25-34 anos; 15,5% entre 35-44 anos; 5,12% entre 45-54; 4,25% entre 55-64; e 2,13% tem mais de 65 anos.

O dono da produtora de filmes eróticos, Clayton Nunes, conta que a chegada da internet mudou a forma de produzir filmes pornôs. “Paramos de lançar DVD em 2012. Hoje nosso serviço é tipo uma Netflix, no qual as pessoas pagam uma mensalidade para terem acesso aos filmes que produzimos. Além disso, temos também o reality show A Casa das Brasileirinhas (acasadasbrasileirinhas.com.br), onde os internautas podem acompanhar as nossas atrizes por uma semana e gravamos os filmes com transmissão ao vivo pela internet. Oferecemos também a possibilidade dos fãs poderem conversar via chat com elas”.

Em relação ao reality A Casa das Brasileirinhas, o número de visitantes mulheres aumenta bastante (44%), com 6 mil assinantes e uma média de 1 mil visualizações diárias. “Para chegar ao formato de hoje, passamos por muitos processos. Tivemos que adequar alguns custos, principalmente com famosos, pois com a internet, a pirataria aumentou e não era mais viável gastar uma fortuna com os filmes. Chegamos a um equilíbrio para manter a qualidade das produções, mas sem pagar aqueles cachês altos para as celebridades”.

Nunes conta que uma atriz recebe, aproximadamente, R$ 3 mil por uma semana de trabalho e o ator R$ 500 por 2h. “Não há como negar que tivemos uma queda no faturamento. Caímos de 50 funcionários para 13 colaboradores, porém, ficou mais fácil trabalhar. Na época do DVD, eram muitos funcionários envolvidos na logística, venda, porcentagens a representantes, custos de cobranças, etc. Agora, esses gastos acabaram e conseguimos fazer o filme e, na próxima semana, ele está no nosso site de streaming”.

Monopólio global

De acordo com informações da coluna do Ricardo Feltrin, no site UOL, o Grupo Globo é quem detém praticamente o monopólio de conteúdo erótico-pornô no Brasil, seja por acesso linear ou compra on demand (vídeo sob demanda ou a pedido). Esse segmento movimenta, por ano, R$ 180 milhões.

Apenas em filmes vendidos on demand, os canais pornôs do grupo faturaram aproximadamente R$ 72 milhões no ano passado, o que equivale a cerca de 4,5 milhões de filmes avulsos comprados via plataforma Now.  Esse valor é o mesmo informado pelos canais da Globosat em 2015.

Já na televisão fechada, praticamente todos os canais do segmento pertencem a Globo, como o Sexy Hot, PlayboyTV, SH Rapidinhas, Venus, Sextreme, For Man e Brazzers, entre outros e eles faturam cerca de R$ 96 milhões anuais.

Além desses artigos, a empresa também ganha dinheiro com chats e contos eróticos no portal Sexy Hot e com vendas avulsas em SMS, MMS e outros produtos móveis (para celular, por exemplo). Esses itens renderam cerca de R$ 1 milhão de negócios no ano passado.

Nunes afirma que esse mercado está monopolizado pelo canal Sexy Hot. “Eles já possuem todos os canais adultos da grade da Net e Sky (operadoras de televisão fechada). Inclusive, o seu faturamento é superior a R$ 15 milhões por mês”.


Entrevista com Mia Linz 

O Edição do Brasil conversou com Mia Linz, uma das atrizes pornôs brasileiras mais procuradas na internet.

1- Como e quando você se envolveu com o mercado pornográfico?  

Sempre recebia proposta até que um dia aceitei e gostei da experiência. Vendi minha empresa e fiquei só com alguns investimentos, mas fiz tudo isso depois de conversar e receber o apoio da minha família.

2- Quantos filmes você já fez? 

Eu não consigo contabilizar o número porque são muitos, tanto dentro quanto fora do Brasil.

3- Qual é a média do cachê para um filme?  

No pornô existe cena e filme. Nesse caso, a diária de um filme pode variar de R$ 1.000 a R$ 3.000 e, na Europa, esse valor é 4 ou 5 vezes mais e em euros.

4- Como funciona o set de filmagem?

Isso é relativo, mas é basicamente o mesmo de um filme convencional, com uma equipe de profissionais e equipamentos.

5- Quais são os requisitos para uma atriz ser reconhecida como você é?  

Uma atriz é uma figura pública de um produto comercial e, como tal, deve se comportar e se apresentar. O nome Mia Linz é uma marca registrada, com um site oficial e canais de mídia social. E isso tudo é muito importante para uma valorização, principalmente, no mercado estrangeiro, no qual são intolerantes com atrizes envolvidas em polêmicas religiosas, policiais ou brigas pessoais. Cada post de fotos, vídeos ou comentários em redes sociais é levado em consideração por produtoras e agências europeias e americanas que, por meio da imagem e popularidade da pornstar, vão vender seu filme e divulgar a sua marca.