Uma das datas mais importantes para o comércio, o Dia dos Namorados, que disputa com o Dia dos Pais a quarta colocação das campeãs de vendas, divide a opinião dos empresários mineiros: 48,7% acreditam que o desempenho das lojas será superior ao ano de 2018, enquanto 23,1% crê que será igual e 28,2% pior. É o que aponta a pesquisa de expectativas do comércio varejista da data, divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), que coletou a percepção de 400 empresas presentes nas regiões Alto Paranaíba, Central, Centro-Oeste, Jequitinhonha-Mucuri, Noroeste, Norte, Rio Doce, Sul de Minas, Triângulo e Zona da Mata.
Os principais motivos apontados pelos otimistas são uma percepção de melhora na economia, dentre outros fatores (36,8%) e o valor afetivo da data (16,8%). Por outro lado, a percepção de continuidade da crise econômica (49,1%) e motivos como a situação fiscal dos estados e municípios, o parcelamento do salário de funcionários públicos, entre outros (34,5%) desanimam os pessimistas.
Belo-horizontino cauteloso
Com dados colhidos na capital mineira, a Fecomércio MG também divulgou pesquisa de intenção de consumo da data. Segundo o levantamento, 30,4% dos belo-horizontinos irão presentear, percentual inferior ao observado nos anos anteriores, quando registrou 36,4% (2018), 37,4% (2017) e 43,4% (2016).
Entre aqueles que irão às compras no período, para 90,6%, o presente não ultrapassará o valor de R$ 200. Na comparação com o ano anterior, 87,8% pretendiam presentear com artigos nessa faixa de preço. “Cabe a observação de que 47% esperam gastar de R$ 50 a R$ 100. E, R$ 200, à primeira vista, pode parecer um ticket-médio alto, mas, na verdade, não é. Inclusive, se pegarmos em termos reais, é inferior ao do último ano, em que tínhamos uma pretensão na mesma faixa de gasto, mas precisamos considerar o efeito da inflação”, esclarece o economista da federação Guilherme Almeida.
Entre os presentes citados pelos entrevistados destacam-se os itens de vestuário (37,2%), calçados (14%) e artigos de perfumaria (10,7%). O restante dissolve-se em categorias como chocolates (6,6%), flores (5,0%), lembrancinhas (5,0%), acessórios (2,5%), cesta de café da manhã, livros (2,5%), eletrônicos (1,7%) e pacote de viagem (0,8%). Dos casais que pretendem presentear, 31,3% afirmam que farão as compras com antecedência, mas a maioria (68,7%) deve comprar o presente mais próximo à data.
Rafaella Silva, 21, estudante de engenharia de produção, namora há 4 anos e, neste ano, recorrerá a criatividade para presentear o namorado. “No ano passado, estava em um estágio bom e o presente foi mais caprichado. Mas, agora, estamos desempregados, então faremos um jantar em casa mesmo”, conta. A troca de presentes também deve ficar para outra data. “Tudo está muito caro e tanto eu quanto ele combinamos de não endividar”.
A estudante não está sozinha, entre os fatores que limitam os gastos na comemoração foram listados, principalmente, os preços altos (76%), seguido pelo atendimento precário (24,8%) e a pouca variedade de produtos (7,4%). Na hora da compra, o preço será o principal atrativo (41,3%). Além disso, 34,7% levam em consideração a qualidade do produto e 14,9% a marca. Os consumidores também não querem assumir dívidas com os presentes da data: 77,5% optarão por pagamentos à vista, no dinheiro ou cartão de débito.