A sucessão da prefeitura de Belo Horizonte entrou em pauta mais uma vez. Agora, por intermédio da deputada estadual Ione Pinheiro (DEM). Recentemente, a parlamentar disse, nos corredores da Assembleia Legislativa em alto e bom som, que, mesmo que o senador Rodrigo Pacheco seja contra, ela seguirá em frente.
O assunto esquentou porque o próprio Pacheco, presidente do Democratas mineiro, incentivou a saída do deputado João Vítor Xavier do PSDB para que fique à disposição da disputa à PBH no próximo ano. Pelo visto, a decisão do senador foi isolada, sem debater com os demais interessados no tema e isso levou Ione a não concordar com o método, partindo para um campo de ação próprio em relação às eleições na capital mineira.
Disputa pesada
Em Brasília, circula a boca pequena que o ex-presidente dos Democratas Carlos Melles anda batendo pesado contra as práticas de Pacheco. Durante anos, Melles comandou a sigla em Minas e, ao ser eleito senador, Pacheco logo passou a ocupar o posto de presidente do partido, tirando Melles do comando e, por coincidência, ele também não foi reeleito a deputado federal. Pouco tempo depois e por manter forte relacionamento com a cúpula do partido em todo país, Melles acabou sendo nomeado presidente do Sebrae Nacional. Com isso, voltou a se cacifar politicamente em Minas, dividindo o prestígio com Pacheco.
Não considerando existir outra liderança, nas últimas semanas, Pacheco fez articulações visando à sucessão de Belo Horizonte. Inclusive, sua união com o senador Anastasia (PSDB) ganha cada vez mais força. E foi assim que surgiu a tese de apoiarem, antecipadamente, o nome do experiente deputado João Vítor Xavier na peleja, tanto que o parlamentar abandonou o PSDB depois de anos filiado.
Agora, o que se sabe é que os tucanos da capital, irritados com a atitude do senador, querem dar o troco. A ideia é sustentar nomes como o de Ione Pinheiro à sucessão da PBH, tendo por finalidade fustigar o projeto em andamento por parte da esfera estadual do Democratas. “Pacheco tem discutido o assunto apenas com sua assessoria, nos deixando à margem dos acontecimentos. Inclusive na questão da formação e dissolução dos diretórios municipais teria de haver mais diálogo, mas isso não aconteceu. Se é para ser assim, vamos para o confronto sem reflexos”, dispara a deputada.
A sucessão nas grandes cidades, assim como de Belo Horizonte, é um assunto que não tem a menor ressonância da Cidade Administrativa. Assessores palacianos garantem que o governador Romeu Zema (Novo) não almeja discutir sobre isso tão cedo. Envolto em sérios problemas, o chefe do Executivo busca colocar a máquina estatal nos trilhos visando atender minimamente as demandas.
As informações sobre o tema são mínimas, no entanto, circula nos meios jornalísticos que o Partido Novo se movimenta para apoiar alguns pretendentes às prefeituras das cidades com população acima de 100 mil habitantes. Mas, tudo isso ainda estaria sendo discutido à espera de uma orientação nacional da sigla.