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Em 9 meses, Minas Gerais gerou mais de 114 mil novos empregos formais

A economia está apresentando sinais de melhora e uma prova disso é que as empresas voltaram a contratar. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 5.200 postos de trabalho foram abertos em Minas Gerais, alta de 0,13% em relação ao mês passado. Ademais, o resultado é o melhor desde setembro de 2013, quando 6.925 pessoas foram admitidas. No mesmo período de 2017, o saldo ficou negativo em 4.291 vagas.

Na soma de todos os setores, de janeiro até setembro, o estado acumula 114.629 contratações formais; enquanto no recorte nos últimos 12 meses, 78.912 vagas foram abertas. Serviços e comércio estão no top três dos segmentos que mais contrataram, sendo que o primeiro promoveu 9.897 contratações formais e o segundo admitiu 2.659 novos funcionários. No acumulado do ano, o comércio apresenta um saldo de 5.357 demissões, enquanto o setor de serviços já registra 52.831 admissões.

Além desses setores, a construção civil também contribuiu com o saldo positivo: foram 3.572 vagas com carteira assinada em setembro. Entretanto, a agropecuária registrou novamente perdas de trabalhos formais, -13.432 vagas.
O economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG) Guilherme Almeida ressalta que a geração de emprego nos últimos meses é reflexo de resultados positivos na macroeconomia. “Às vezes, há aquela impressão de que a economia está estagnada ou se recuperando de maneira lenta, entretanto, vários indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já demonstram melhora e, quando isso acontece, os empregos naturalmente surgem”.

Outro fator destacado pelo economista e que fez diferença nesse resultado é o aumento do consumo das famílias. “No momento em que as pessoas estão comprando mais, isso gera um ciclo virtuoso, com aumento na demanda e mais emprego no comércio”.

E uma dessas pessoas que conseguiu se recolocar no mercado de trabalho foi a psicóloga Thaliana Piovezana. Ela ficou desempregada por 9 meses depois de ter concluído à faculdade. “Foi angustiante, a dificuldade em me inserir no mercado, por questão de experiência e escassez de vagas, contribuiu para minha ansiedade”.

Atualmente, Thaliana está trabalhando em uma ONG que ajuda pessoas atingidas pela lama da Barragem de Fundão, subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana. “Foi de grande alívio quando consegui esse emprego, pois estava agoniada com o tempo parada e a falta de oportunidade”.

No Brasil
Ainda de acordo com os números do Caged, no Brasil, o saldo de contratações também foi positivo. As admissões em setembro chegaram a marca de 137.336 e o país continua com essa tendência, assim como o estado mineiro, onde o resultado é o melhor registrado para o período desde 2013. No acumulado do ano, o Brasil gerou 719.089 empregos formais, enquanto nos últimos 12 meses foram contratados 459.217 novos trabalhadores.

Apesar desse aumento nos postos de trabalho ter coincidido com a Reforma Trabalhista, Almeida afirma que esse fator não foi relevante para o resultado. “Os empregadores ainda não sabem como se comportar em relação a essa novidade, tanto que apenas 1 a 3% das novas vagas são nesse modelo”.

Para o futuro, o economista assegura que o mercado está aguardando as primeiras medidas do novo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Desde o primeiro turno, o mercado sinalizou que ele era seu o candidato e, agora, após a eleição, estão vivendo uma ‘lua de mel’. Entretanto, isso é passageiro, pois tudo dependerá de como Bolsonaro e sua equipe econômica irão se portar nos primeiros meses de governo, com decisões difíceis a serem tomadas e, acima de tudo, com a Reforma da Previdência para ser encaminhada ao Congresso”, finaliza.