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Erros e acertos na disputa ao Governo de Minas

Embora seja empreendedor e administrador de empresas de grande sucesso, depois de ter sido especialista em eletrotécnica, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, não pôde se valer de seu domínio sobre números e planilhas das ciências exatas, para avaliar bem sua inserção na disputa eleitoral de 2018 ao Governo do Estado. Ele tentou neste ano o seu primeiro vôo solo como líder político, mas se embaraçou em um enorme cipoal.

Depois de ter sido eleito para prefeito da capital mineira, com apoio do PT e PSDB; e reeleito com base na popularidade do senador Aécio Neves, então líder máximo dos tucanos, Lacerda foi preterido pelo seu próprio partido, o PSB, do qual não recebeu suporte político-partidário, como das vezes anteriores.

Resultado: o ex-prefeito não só ficou sem alternativa, senão abraçar a campanha do presidente da Assembleia, deputado Adalclever Lopes (MDB), ao governo estadual, projeto que não decolou até o momento –, mas também acabou por facilitar as duas candidaturas principais: Fernando Pimentel (PT) e Antonio Anastasia (PSDB), que ficaram livres de um concorrente com potencial para lhes dar trabalho. Hoje, ninguém aposta qual vai ser o futuro político do ex-prefeito, embora a sua presença defendendo a candidatura do presidente da ALMG tem sido permanente, certamente na crença de um aumento de popularidade do seu afilhado, na reta final da campanha.

Pimentel
Relativamente ao projeto de reeleição do atual governador Fernando Pimentel, o eventual êxito da empreitada fica creditado, única e exclusivamente, à força do seu partido, o PT, que é a base da sua aliança com as legendas ditas de esquerda. No fundo do túnel surge uma luz de esperança chamada Fernando Haddad que, ao conseguir possivelmente caminhar para o segundo turno, pode incrementar o nome do atual governador. Antes disto, porém, o grupo apoiador de Pimentel terá de se esmerar para realizar a árdua tarefa de levar o mandatário petista ao 2º turno.

Anastasia
Líder das pesquisas desde o mês de junho, quando aceitou colocar o seu nome à disposição para disputar a peleja de 2018 ao Palácio da Liberdade, o senador Antonio Anastasia, tem feito um discurso quase único em suas andanças pelas diversas regiões de Minas. Basicamente, ele contradita as falas do governo atual quanto ao atraso de pagamentos dos salários dos funcionários e dos fornecedores. Não inovou com propostas de grandes realizações, e tem apenas antecipado que tentará concluir as obras inacabadas. Uma exceção foi, em sua recente visita aos empresários do trade turístico, a promessa de incentivar o setor como opção para elevar o número de empregos no estado. Por outro lado, afirma que pretende fazer uma vistosa reforma da máquina administrativa.

Zema
Os eleitores aborrecidos com os políticos tradicionais têm usado, preferencialmente, as redes sociais para receberem informações sobre as eleições. Em Minas, eles têm apostado no nome do empresário Romeu Zema (Novo), que nesta eleição para governador cresce bem acima das expectativas dos políticos.
Ao passar da casa dos 7% na preferência eleitoral, de acordo com as últimas pesquisas, ele deixou para trás nomes como do professor João Batista Mares Guia, e porque não dizer, do próprio presidente da Assembléia, Adalclever Lopes. Aliás, registre-se que Lopes, candidato pelo MDB, conta teoricamente com respaldo de mais de 100 prefeitos, mais de 1.000 vereadores, e os diretórios do partido espalhados em todo estado. Mas sua baixa performance mostra que especialmente neste pleito de 2018,a máquina partidária nem sempre demonstrou eficiência .