Quando se parte para o terreno das agressões físicas, o processo democrático parte ladeira abaixo. O abominável ataque sofrido por Jair Bolsonaro (PSL), em Juiz de Fora, na tarde de 06 de setembro, mostra nitidamente o ambiente radicalizado que vivemos no Brasil. Era de idiotas metidos a dar opiniões em tudo e de extremos no debate político. Sobretudo nas redes sociais que, como dizia Umberco Eco: “deram voz aos idiotas”.
O extremismo no debate político produziu um estado de anomalia institucional e social em que um lunático julgou ser possível calar, fisicamente, um adversário. No Brasil, sobretudo no Brasil bolsonarista, criou-se a convicção que a força física é o meio de resolver tudo. Nessa altura do campeonato, pouco importa se Bolsonaro tinha ou tem posições extremistas; ou se o autor do atentando tem problemas psicológicos. O ambiente político está perigoso.
Todos os presidenciáveis repudiaram o ato e prestaram solidariedade ao adversário. Um ou outro imbecil quis politizar o fato, como o vice de Bolsonaro, general Mourão (PSL), que disse serem eles os “especialistas em uso da violência”; e a eterna esdrúxula Dilma Rousseff (PT), que soltou: “quando se planta ódio você colhe tempestade”.
Por falar em Minas, a campanha rumo ao governo do Estado segue para sua reta final, com a turma do PSDB no clima do já ganhou, com alguns membros específicos do partido – não da coalizão, frise-se! – crentes que com a vitória do “professor” voltarão para a Cidade Administrativa para fazer o que sempre fizeram nos governos Aécio Neves: nada e politicagem, se achando os donos de Minas.
Fernando Pimentel (PT) segue falando para dentro do seu próprio campo ideológico, desfilando pelo Estado com seu discurso ridículo de “Lula livre”, sem ter a coragem sequer de pagar os funcionários em dia, e dando calote atrás de calote nos municípios mineiros.
Márcio Lacerda (Sem Partido), que poderia ser a surpresa da eleição, se mostrou apenas um amador no jogo do poder. Não tem grupo político. Não tinha sequer o controle da máquina partidária. Foi chutado para escanteio. Ouso dizer: por mais vaidade do que falta de talento. Lacerda vive cercado de bajuladores desde a época da prefeitura de BH. Falta a ele estratégia política. Simples assim. Prova disso é que a turma que andava atrás dele pôs a viola no saco. Sumiram, para alívio da campanha de Adalclever Lopes (MDB), que já anda capenga demais para ainda ter que absorver esse povo.
Para o Senado, ao que tudo indica, Minas passará a vergonha de mandar Dilma para Brasília, de novo. A segunda vaga segue indefinida, tendo como principal decepção pelo fraco desempenho, Dinis Pinheiro (SDD) que, como candidato a senador, faz uma bela campanha de deputado estadual.
Incerteza na eleição nacional, mesmice na eleição estadual.
*Jornalista e Consultor em Markenting Político e Governamental