Quatro anos se passaram desde a Copa do Mundo no Brasil. E os estádios? Os 12 foram construídos ou remodelados por um custo total de mais de R$ 8 bilhões. Dez deles são alvos de algum tipo de problema judicial, seja na Operação Lava Jato ou em outras denúncias de corrupção, formação de cartel ou financiamentos irregulares. Apenas a Arena da Baixada, em Curitiba e de propriedade do Atlético-PR, e o Beira-Rio, em Porto Alegre, do Internacional, não foram citados. Ainda assim, ambos sofrem para pagar o investido.
O Beira-Rio apresentou resultados negativos em 2015 e 2016, mas reagiu em 2017. O Inter faz cerca de 40 jogos por ano, recebe shows internacionais, mas a dívida do empréstimo com o BNDES de R$ 360 milhões está longe de ser quitada. Na Arena da Baixada, o Atlético-PR faz todos os seus jogos e recebe eventos. O custo foi de R$ 346 milhões e há uma batalha jurídica para a divisão dos gastos com o poder público. O outro estádio particular é a Arena Corinthians. A operação do dia a dia dá lucro. O local está sempre cheio e as rendas são milionárias. O problema é o valor da dívida. O estádio custou R$ 985 milhões. Com os juros, está na casa do R$ 1,2 bilhão. A sentença, de fevereiro, da juíza federal Maria Isabel Pesai Klein, da 3ª vara de Porto Alegre, mandou que Odebrecht; Corinthians; ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Fontes Hereda, e a Sociedade de Propósito Específico (SPE) Arena Itaquera S.A devolvam R$ 400 milhões ao banco estatal. Os réus recorreram. A dívida pode chegar a mais de R$ 2 bilhões.
Em relação aos demais nove estádios, quatro sofrem com prejuízos constantes por falta de eventos relevantes: Arena Amazônia(Manaus), Arena Pantanal(Cuiabá), Mané Garrincha(Brasília) e Arena das Dunas(Natal). Maracanã e Arena Pernambuco vivem situações estranhas. Ambos têm capacidade para receber cerca de 60 a 70 jogos por ano, mas estão longe disso. Os clubes do Rio de Janeiro não conseguem chegar a um acordo em função do altíssimo custo. Já a Arena Pernambuco tem recebido apenas o Náutico e com públicos mínimos, já que Sport e Santa Cruz têm suas casas. Os que estão em melhor situação, por terem jogos o tempo todo, são Mineirão, com Cruzeiro e Atlético; o Castelão, com Ceará e Fortaleza; e a Fonte Nova, com o Bahia,
O Brasil gastou bilhões na construção dos estádios, mas o legado foi muito pouco. Os ingressos ficaram mais caros, o que causou o afastamento dos fanáticos torcedores que, com o salário que recebem e em muitos casos estão desempregados, não podem acompanhar seus times do coração nos jogos nos estádios.
Os clubes, federações e a CBF necessitam realizar um trabalho conjunto para chamar novamente os torcedores para os estádios, pois o brasileiro é apaixonado pelos seus times.
Passando os 30 dias dos jogos da Copa do Mundo, dia 16 de julho volta os jogos do Campeonato Brasileiro. Algumas equipes perderam jogadores vendidos para equipes no Brasil e exterior, e outros chegaram para reforçar os times. Como diz a frase: quem tiver mais garrafa para vender, pode ser o campeão!!!