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O que esperar da CBF

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), entidade máxima da modalidade, não deixa nenhuma pessoa otimista com o desempenho da Seleção Brasileira, que está disputando as eliminatórias para a Copa do Mundo. O evento vai acontecer em 2026 em três países: Canadá, México e Estados Unidos.

Para voltar a confusão que a CBF é, vamos recordar os ex- -presidentes que tiveram problemas na Justiça por envolvimento em escândalos e delitos. Irregularidades administrativas e até assédio sexual como de Rogério Caboclo. A linhagem vem de anos e os últimos ex-presidentes da CBF deixaram os cargos após denúncias: Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, todos acusados de corrupção e banidos do futebol. José Maria Marin conseguiu terminar os quatro anos no cargo, mas acabou preso posteriormente.

A “caixa preta” na entidade do futebol brasileiro é muito séria. Segundo informações da imprensa, a CBF renovou no ano passado com a Nike o valor de 100 milhões de dólares (cerca de R$ 615 milhões) por ano, além de royalties e outros valores variáveis, com contrato até 2038. Uma das novidades é que, pela primeira vez, a Confederação poderá receber royalties pela venda das camisas da Seleção Brasileira.

A CBF tem 16 empresas que patrocinam as atividades da entidade, com patrocínios nas camisas de treinos das seleções feminina e masculina, placas de publicidade em jogos, além da venda de jogos em amistosos, com uma arrecadação astronômica, estimada em mais de R$ 3 bilhões anuais. Lógico que tem despesas com funcionários administrativos, comissões técnicas das equipes, mas o resultado de 2023 mostra uma receita bruta de R$ 1,172 bilhão. O valor supera em quase R$ 100 milhões do que em 2022.

A movimentação financeira da CBF do ano passado só é divulgada em maio, quando acontece reunião na sede com os presidentes das federações estaduais para mostrar o movimento financeiro anual.

Começamos 2025 e foi difícil sorrir com os jogos da Seleção Brasileira no ano passado. O final de 2023 já dava indícios de que 2024 seria um ano sombrio para a Seleção Canarinho: o técnico Carlo Ancelotti, aguardado desde junho de 2023 para comandar o Brasil, renovou seu contrato com o Real Madrid; Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, foi deposto do cargo por uma decisão judicial.

Virada de ano, virada de mesa. Não demorou muito e, no dia 4 de janeiro, Ednaldo já estava de volta ao posto de mandatário da Confederação por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Com o poder de volta em suas mãos, o dirigente anunciou a demissão do técnico Fernando Diniz (que também era técnico do Fluminense), que tinha apenas 6 jogos no comando interino da Seleção, para contratar Dorival Júnior, à época treinador do São Paulo. Muito criticada por não enfrentar adversários de alto nível nos amistosos, principalmente as seleções europeias, a CBF conseguiu marcar jogos contra Inglaterra e Espanha, coincidindo com a estreia do novo técnico. Em atuações que destoaram do restante do ano, o Brasil venceu os ingleses em Wembley por 1 a 0 e empatou com os espanhóis, em Madrid, por 3 a 3. O foco de Dorival, além da preparação para a Copa do Mundo de 2026, seria a Copa América, já que o Brasil vinha da dura derrota em casa para a Argentina na última edição.

Mas desta vez foi pior. Sem Neymar, que machucou e ficou meses fora dos gramados, o Brasil voltou a repetir o filme das últimas edições disputadas fora do país e acabou sendo eliminado nas quartas de final pelo Uruguai nos pênaltis. Com um desempenho desastroso, a pressão por uma reviravolta nas eliminatórias só aumentava, já que a equipe ocupava apenas a 6ª colocação e vinha de 3 derrotas consecutivas.

Nas 6 partidas restantes na temporada, o Brasil somou 11 pontos e finalizou o ano na 5ª posição, um dos piores desempenhos da Seleção em eliminatórias na história.

O ano que começou com foco na política da CBF termina da mesma forma. Agora, quem disse estar preparado para assumir a cadeira de presidente é Ronaldo Fenômeno, que já cogita concorrer na próxima eleição, em 2026. Muita coisa vai acontecer este ano na CBF, esperamos que o futebol brasileiro volte a ser respeitado pelo mundo, porque atualmente os jogos que a Seleção vem mostrando não colocam medo em ninguém.

Essa é a primeira coluna do ano, desejamos um Feliz 2025, muitos gols de conquistas, saúde, alegrias, harmonia, paz e gentileza.