Os smartphones estão mudando a vida das pessoas, seja na forma de comunicar quanto na maneira de consumir. Uma prova disso é a pesquisa realizada Criteo S.A., empresa líder em tecnologia para commerce marketing, que analisou as compras de mais de 5 mil varejistas em mais de 80 países. Segundo o estudo, referente ao primeiro trimestre de 2018, as transações feitas em dispositivos móveis correspondem a 50% de todas as vendas online no Brasil.
Além disso, a pesquisa revela que quem possui aplicativos têm cerca de um terço (30%) dos pedidos no ambiente mobile sendo feitos nesses canais e a taxa de conversão de compras nesses canais é três vezes maior que na web mobile. Nesse período, globalmente, as aquisições nessa modalidade cresceram 22% em comparação ao primeiro trimestre de 2017.
Outro fator analisado foi a compra por meio de outros aparelhos. Enquanto as transações via smartphones registraram aumento de 48% em relação ao primeiro trimestre de 2017, as vendas por tablets e desktops recuaram 24% e 15%, respectivamente. Ademais, os consumidores estão mais propensos a comprar utilizando aparelhos mobile durante a noite e aos finais de semana e o desktop continua sendo o ambiente de compras preferido durante o horário comercial.
O diretor-geral da Criteo no Brasil e América Latina, Alessander Firmino, afirma que o Brasil tem mais celulares que pessoas (segundo a Anatel, o país encerrou 2017 com 236,5 milhões de celulares) e o maior mercado de internet móvel da América Latina, por isso pode-se dizer que o brasileiro já se adaptou aos dispositivos móveis. “Na América Latina como um todo, a adoção de smartphones e 4G continuam a crescer e, embora seu mercado de comércio eletrônico seja menor do que outros, as vendas do varejo online estão aumentando dramaticamente na região”.
Firmino aponta duas razões para esse aumento das vendas via mobile. “De um lado, os sites móveis estão ficando cada vez melhores e mais fortes, oferecendo aos varejistas a capacidade de se comunicar melhor com seus clientes. Do outro lado, o desenvolvimento de aplicativos está crescendo entre os varejistas, já que os consumidores estão usando cada vez mais apps para fazer suas compras. Ter uma experiência de compra contínua está se tornando cada vez mais importante para os consumidores e os dispositivos móveis oferecem a oportunidade de engajar e interagir pessoalmente com a marca”.
Ele reitera que há expectativa de que as vendas online aumentem ainda mais. “Considerando a ampla adoção de dispositivos móveis e a mudança no comportamento de navegação e de compra do consumidor, a tendência é que o celular ocupe cada vez mais espaço nas vendas online. E não só no Brasil. Esta é uma tendência global”.
Do Instagram para as ruas
A FFfashion é uma loja de roupa que começou no Instagram. Jordana Escobar, sócia-proprietária do local, conta que começou com o empreendimento há 6 anos e durante 3 anos a venda foi exclusiva nessa rede social, para clientes de Belo Horizonte e entrega delivery. “O nosso foco sempre foi a venda online, então sempre foi feito um trabalho grande em marketing e não poupamos esforços em publicidade, seja em patrocínio de página ou enviando peças para blogueiras”.
A loja cresceu tanto que, atualmente, ela possui uma sede no Mangabeiras, região Sul de Belo Horizonte e um site, entretanto, o maior faturamento ainda é decorrente das vendas via Instagram – aproximadamente 80%.
Firmino finaliza dizendo que para as empresas é importante estar na internet. “No ambiente online, é possível superar barreiras geográficas, impactar pessoas e oferecer mais comodidade e facilidade aos consumidores. E, hoje, estamos vendo uma mudança significativa no comportamento do cliente. O consumidor atual é o que chamamos de omnishopper, eles navegam em diferentes telas e dispositivos e podem fazer isso a qualquer hora e lugar. Podem pesquisar o produto na internet e fazer compras na loja física ou testar o produto na loja física e comprá-lo na internet. A jornada de compras tornou-se mais complexa. Estar presente no ambiente online e móvel é vital não apenas para sobreviver, mas prosperar”.