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“Serei presidenta se houver mobilização social contra as injustiças”

O PCdoB será mais um partido da esquerda que apresentará candidatura própria para as eleições de outubro deste ano. O nome escolhido pela legenda foi o de Manuela d´Ávila, que ocupa, atualmente, uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Com apenas 36 anos, ela já possui uma carreira política consolidada: foi eleita a vereadora mais jovem, com 23 anos, de Porto Alegre e teve dois mandatos como deputada federal, sendo a mais votada do Estado nas duas eleições.

Ela conta que o lançamento da candidatura foi motivada pelas crises política e econômica nas quais o Brasil vive. “Depois do golpe parlamentar que o país sofreu, há rupturas que se abrem na vida das pessoas e a velocidade com que destroem as conquistas sociais e a perspectiva de perdas estão cada vez mais intensas”.

Manuela reitera que o PCdoB trabalha nesse pleito para sair desse momento difícil. “Para isso, é necessário garantir que o povo brasileiro tenha o direito sagrado de escolher quem será o próximo presidente ou presidenta da República”.

Em relação ao segundo turno, a candidata acredita que estará na disputa e pretende discutir projetos de um país melhor com o futuro adversário. “Eu serei presidenta em um contexto caso haja uma verdadeira mobilização social contra todas as injustiças e se o povo se levantar contra esse sistema político que representa apenas 1% da população, contra todos os bancos que possuem juros exorbitantes e contra as mil famílias que não pagam tributos sobre suas grandes fortunas”.

Propostas
Para melhorar as condições do mercado de trabalho, Manuela defende que é necessário, antes de qualquer medida progressista, revogar a Reforma Trabalhista aprovada no Governo Temer. “É preciso uma Reforma Tributária para possibilitar uma maior arrecadação do Estado e, consequentemente, mais investimento e geração de renda. Também sou defensora da redução da jornada de trabalho. Os avanços tecnológicos nos colocam diante de uma encruzilhada, pois precisamos garantir que o povo trabalhe e viva com dignidade. Somos um dos países com as maiores jornadas do mundo, por isso eu, como presidenta, serei defensora da redução para 40 horas semanais e, com isso, haverá também mais postos de trabalho”.

Outra questão apontada é em relação aos investimentos na educação. Ela acredita que é preciso mais verbas para o ensino superior, pois é nesse setor que há mais pesquisas que podem desenvolver o setor industrial. “Além desse segmento, precisamos também aplicar recursos na educação infantil. Como mãe de uma menina de 2 anos e meio, sei que os primeiros anos impactam na evasão escolar, porque é nesse período que desenvolve e aprende mais, e há uma relação direta entre a não entrada de crianças ao sistema de educação, com a não geração de emprego e o não retorno das mulheres, que são mães, ao mercado de trabalho”.

Sobre o SUS, Manuela afirma que ele é um projeto ousado e há necessidade de avaliar melhor o financiamento. “É possível garantir um investimento maior se cobrarmos mais impostos dos mais ricos. Ademais, precisamos pensar na regionalização de alguns serviços, mas temos que apostar que a saúde deve ser ofertada pelo SUS e não por medidas elitistas e antipopulares que Temer tenta adotar”.

Governabilidade
Com uma bancada pequena na Câmara dos Deputados de apenas 10 parlamentares e uma senadora, o PCdoB é considerado um partido pequeno se comparado com outros, como MDB, PT e PSDB. Apesar disso, a candidata acredita que não terá dificuldades para governar e colocar os seus projetos em prática. “Se o povo se levantar e quiser mudar o Estado, a minha governabilidade será construída a partir disso. Fui parlamentar por 8 anos e sei que pautas e alianças podem ser construídas. Mas, para que isso aconteça, é necessário que a presidenta tenha um projeto nítido e eu estou construindo o meu com os brasileiros”.