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30 milhões de brasileiros sofrem de enxaqueca

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 15% da população seja afetada pela enxaqueca, somente no Brasil cerca de 30 milhões de pessoas sofrem do mal, sendo o 10º problema mais incapacitante do mundo.

A médica do serviço de neurologia do Hospital das Clínicas, Nina Rosa Murta, explica que trata-se de uma doença crônica que acomete, principalmente, as mulheres. “Cerca de 20% delas vão apresentar o problema em alguma fase da vida. Ainda não se sabe as causas específicas da enxaqueca, mas alguns fatores são observados, como já se ter histórico na família e, no caso feminino, a questão hormonal”.

Nina acrescenta que existem cerca de 100 tipos de dores de cabeça, contudo, a enxaqueca é a mais comum. “É uma dor pulsátil e de um lado da cabeça que pode durar de 4 a 72 horas. Geralmente, vem acompanhada por um mal estar e enjoo. Além disso, a claridade e o barulho passam a incomodar, a pessoa tende a ficar de repouso, porque caminhar aumenta os sintomas. E, ainda, tem aqueles pacientes que veem auras, ou seja, pontinhos coloridos e risquinhos na visão”.

 A médica esclarece que, apesar de todos os sintomas, a enxaqueca é uma cefaléia benigna. “Ela não vai virar outra doença. No entanto, o problema pode trazer um prejuízo funcional na vida do paciente no que se refere à qualidade de vida. Muitas pessoas não conseguem exercer suas atividades em meio às crises, algumas precisam ir para o pronto-socorro tomar medicação intravenosa. Nesses casos o ideal é procurar um médico em busca de um tratamento adequado”.

Foi exatamente o que aconteceu com a auxiliar de escritório Lana Silva. Ela conta que sofre do problema desde a infância. “Era tanta dor que chegava a desmaiar. Isso atrapalhou meu rendimento escolar. Quando meus pais me levaram ao médico, foram orientados a mudar a minha alimentação a fim de controlar o problema. Hoje, tenho uma qualidade de vida melhor e uma rotina leve. Além de uma dieta mais balanceada, priorizo minhas noites de sono e pratico exercícios”.

Nina assegura que o estilo de vida de Lana evita crises. “A enxaqueca pode piorar, por exemplo, com o jejum prolongado. A falta de sono também é um agravante. Dormir pouco é errado, assim como dormir muito. As pessoas que tem problema de articulação, como o bruxismo, também devem buscar controlá-lo para diminuir as crises”.

Automedicação

O hábito de tomar remédio por conta própria faz com que muitas pessoas agravem os sintomas. “Existem medicamentos próprios para a enxaqueca. Se o paciente tem umas três crises por mês, é interessante que procure um neurologista para encontrar o tratamento certo. Entretanto, fazer uso exagerado de analgésicos na hora da crise, faz com que o problema vire outro tipo de doença. E aí é preciso contorlar o abuso para depois voltar a tratar a enxaqueca”, conclui.