Nem tudo é esplendoroso no mundo do PSDB estadual. Depois de comandar o governo de Minas por 12 anos a fio, perdeu o último pleito e, agora, está enrolado em um mar de problemas, capaz de deixar os tucanos, outra vez, sem possibilidade de assumir a chefia do poder executivo mineiro.
O senador Antonio Anastasia merece um registro especial. Ele foi um dos mencionados nas delações premiadas por haver, supostamente, recebido algo em torno de R$ 8 milhões para sua campanha ao governo. O acusado argumenta não ter recebido esse dinheiro. No entanto, a Operação Lava Jato, mais precisamente as sentenças do juiz Sergio Moro, muitas delas confirmadas pela o Supremo Tribunal Federal, alcançam sempre os nomes dos beneficiados. Ou seja, o titular das respectivas campanhas a quem caberia responder pelos seus atos perante a Justiça. Por esse roteiro, o senador estaria inserido entre os demais membros do esquema que, atualmente, enlameia o PSDB.
Por tudo isso é de ser afiançar: o processo eleitoral de 2018 está distante de ser avaliado com antecedência, inclusive, pelo fato da legenda não dispor de um nome para enfrentar a disputa para o cargo de governador. Para o isso, a sigla precisaria se filiar a outros nomes, como Dinis Pinheiro (PP) e Rodrigo Pacheco (PMDB).
Deste modo, as pesquisas trazidas a público, semana passada, versando esse assunto sinalizaram tudo aquilo que já era de conhecimento de todos: Fernando Pimentel (PT), segundo o Instituto Multidados, tem 26% de intenções de votos, contra 16% de Dinis Pinheiro. Já em relação ao Senado, e por incrível que pareça, Aécio Neves (PSDB), se tentar a reeleição teria, em média, 14% da preferência dos eleitores, ficando em segundo lugar, o jornalista Carlos Viana.
Se a eleição fosse este ano, o nome com chances de mudar de sigla e, neste caso, podendo ser acolhido pelos tucanos seria Rodrigo Pacheco. Em relação ao Dinis Pinheiro, há insinuação de sua permanência em uma sigla menor, até mesmo para facilitar o apoio a outros partidos grandes, inclusive, o próprio PSDB.
Já em relação ao ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB) nada se fala. Ele permanece com as visitas ao interior, mas busca novos contatos. As dificuldades do ex-prefeito residem dentro do seu próprio partido, pois o deputado federal Júlio Delgado, filiado aos socialistas, almeja infernizar a vida da Lacerda, inclusive, com a promessa de se lançar também candidato a governador.
Queda do PSDB
Tudo começa pela derrocada do grupo do senador Aécio Neves. Ele, afastado por quase 2 meses do cargo no Senado, responde a várias denúncias de corrupção. Assim como sua irmã e braço direito Andrea Neves, que após deixar a prisão permanece detida em casa, sem poder manter contato com outros denunciados, por conta da delação do empresário Joesley Batista, da JBS. Mas esse capítulo não se encerra. O seu primo Frederico Pacheco, também um dos membros do seu pilar de sustentação operacional na política, continua cumprindo pena domiciliar. Em outras delações, o seu meio parente, o empresário Oswaldo Borges da Costa foi citado como um dos principais operadores financeiros do senador.
Antes disso, aconteceu a prisão do deputado federal, ex-presidente do PSDB e ex-secretário de Ciência e Tecnologia, Narcio Rodrigues.