O relatório do Observatório do Turismo de Minas Gerais, produzido pela Secretaria de Turismo de Minas, aponta que o Estado está mais conhecido e tem recebido muitos turistas. Segundo esse levantamento, 2016 foi o ano em que mais pessoas visitaram as terras mineiras, sendo que recebemos 26,1 milhões de viajantes, número 7,8% superior ao ano anterior e 8,33% a mais em 2014, ano no qual Belo Horizonte sediou jogos da Copa do Mundo de futebol masculino.
Além disso, os turistas deixaram, aproximadamente, R$ 17,2 bilhões na economia de Minas no ano passado. A presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Eventos da ACMinas, Maria Elizabeth Marques Ribeiro, assinala que o bom resultado do setor se deve, principalmente, às mudanças feitas na capital para a Copa. “Belo Horizonte mudou um pouco a visão de si, as obras influenciaram demais na vida do belo-horizontino e até aquele mais tradicional e que não queria que a cidade mudasse, gostou. BH cresceu e mudou. Agora, temos uma cidade grande e temos que pensar dessa forma no turismo”.
Ainda que os números estejam melhores se comparado a anos anteriores, Minas ainda esbarra em algumas dificuldades, como a falta de espaços para sediar grandes eventos. “Apesar de ter o Expominas, na Gameleira, não temos um grande local para fazer congressos. O maior é o Palácio das Artes, que comporta mais ou menos 1.500 pessoas e, por isso, os maiores eventos não vem para Belo Horizonte”.
O desconhecimento dos atrativos locais também é um obstáculo para atrair mais turistas para o Estado. O estudante de arquitetura e costarriquenho, Fabian Chacon, 26, conta que quando fala-se em Brasil com ele, tudo que consegue lembrar são cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba. “Só ouvi falar de Minas Gerais por meio de um professor da universidade que estudou lá e por uma amiga que conheci na internet”.
Mesmo sendo fã dos trabalhos do brasileiro Oscar Niemeyer, ele não sabia que em Belo Horizonte havia obras do arquiteto. “Acho que nos ensinam e mostram muito pouco dessa parte da América”.
Para tentar mudar essa realidade, Maria Elizabeth acredita que é necessário que se divulgue ainda mais as atrações do Estado. “Na semana passada, fomos surpreendidos com seis páginas de um jornal de Brasília falando sobre BH. Se isso acontecer mais vezes, vamos ter o turista aqui para conhecer que Minas é essa”.
Perfil dos turistas
Maria Elizabeth explica que existem dois tipos de turistas, os que viajam para lazer e aqueles que vão a trabalho. “Todos os dois são bem-vindos, pois eles trazem dividendos para a cidade. Entretanto, os gastos são em setores diferentes. O de lazer vai procurar os pontos de diversão da cidade, já o de negócio vai estar voltado para o evento, lota a rede hoteleira e também procura os locais turísticos”.