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Mais de 4.500 pessoas vivem nas ruas em Minas Gerais

O número de pessoas em situação de rua ainda é grande no Estado e no país. A crise econômica acentuou os índices em algumas regiões, pois é visivelmente aparente o aumento de indivíduos que não tem onde morar. Basta caminhar pelo Centro da capital para vê-los dormindo nas calçadas, praças, parques e, até mesmo, em bueiros.

Segundo dados da diretoria de vigilância socioassistencial do Estado, em 2016 cerca de 3.338 pessoas em situação de rua foram atendidas no Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua (Centro POP), sendo 1.213 só em Belo Horizonte. De acordo com os relatórios do Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), em 2016, 5.305 pessoas em situação de rua foram atendidas, sendo que a sua maioria são do sexo masculino, contabilizando 4.494 e a faixa etária predominante é de 18 a 59 anos. Contudo, os dados são subnotificados, pois são contabilizados apenas aqueles que buscam algum tipo de atendimento.

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O superintendente de Proteção Social Especial da Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese), Régis Spíndola, explica que a política de assistência social é dividida em proteção básica e proteção social especial. “Na proteção básica trabalhamos com a prevenção que é realizada pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras), para que a população não chegue a situação de rua, seja por meio de projetos de estímulo a renda, inserção no mercado de trabalho etc. Já na proteção especial, o Creas é responsável. O centro está presente em 226 municípios e faz atendimento específico para a população que já está em situação de rua. Há um plano de acompanhamento de cada caso para avaliar os motivos que levaram aquela pessoa a esse quadro”.

Ele diz ainda que as ações partem do âmbito municipal, mas cabe ao Estado fazer o cofinanciamento, por meio do piso mineiro (recurso para a assistência social). “O piso mineiro é passado do Estado para o município que pode utilizar de acordo com a sua prioridade, podendo aplicar nos equipamentos que são utilizados para suprir o apoio para essas pessoas. O valor anual de repasse para os municípios é de R$ 54 milhões”.

Grandes cidades
O superintendente diz que os municípios que têm maior incidência são dotados dos Centro POP. “Sabemos que a trajetória de vida nas ruas se dá pela busca de oportunidades e tem-se por senso comum de que grandes municípios têm mais oportunidades”.

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Spíndola salienta que a crise econômica é um dos fatores, mas não é o único, pois quando o país está bem economicamente não haveria pessoas nesta situação. “Os principais fatores que levam os indivíduos para essa situação é a ausência de empregos formais (que pode estar associado a crise), problemas de saúde e uso de drogas e relação familiar conturbada”.

Ele conta ainda que o Creas realiza um serviço de abordagem desse grupo para propor encaminhamentos. “Também há o papel inverso, as pessoas nesta situação procuram por atendimento. Em BH existem três Centros POP especializados e um Crea em cada regional”, informa.

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Solidariedade
Um dos projetos do Grupo Cuidar, de Belo Horizonte, é prestar ajuda as pessoas. Segundo a diretora do grupo, Aline Castro, eles prestam esse serviço há 1 ano e 6 meses. “Trabalhamos voluntariamente com a distribuição de marmitas, agasalhos e produtos de higiene, mas o nosso objetivo é ir além”.

Os 20 voluntários atuam na Região Central e Norte de BH. Mas, Aline conta que a maior dificuldade é encontrar doadores. “As pessoas são solidárias, mas existe um bloqueio em relação a doar, pois criam um conceito de que todas as pessoas que estão nas ruas usam drogas e não precisam de ajuda”.

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